Cidadãos do Infinito




Os Mandamentos de Deus e da Santa Igreja
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10/01/2012
CONFISSÃO ( 1ª Parte )
A fonte maravilhosa da paz


Imprimatur. Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho - Arcebispo Metropolitano - Pouso Alegre MG, 16 de Maio de 2001. 
 
Sobre o autor: Pe. Valeriano de Oliveira
:
Pe. Valeriano de Oliveira é um sacerdote eremita (octogenário) na Comunidade Sol de Deus - Itajubá-MG - Arquidiocese de Pouso Alegre.
Foi casado durante 20 anos; ao falecer sua esposa em 1978, completou seus estudos de Teologia em Taubaté e foi ordenado em 1984. Desde sua ordenação dedicou-se incansavelmente ao ministério da reconciliação. Este opúsculo, como ele mesmo diz na apresentação do livro, é fruto de toda a sua experiência no sagrado ministério de reconciliar as almas com Deus. 
  
Vem comigo. Vou te levar à fonte maravilhosa da paz
Conheço bem o caminho. Eu vivo lá. Mas prepara-te. É longa a caminhada.
Começa por colocar em ordem a tua vida. Põe tranquilidade em teu viver... para que mereças a Paz que jorra dessa fonte.
A tão doce e sonhada Paz! O que é a paz senão "a tranquilidade na ordem"? (Santo Agostinho).
 
Reconcilia-te com Deus. Reconcilia-te com teu próximo.
Reconcilia-te contigo mesmo... e terás a Paz!
É tão bom viver num ambiente tranquilo, onde reinam a ordem, a tranquilidade e a paz!
Assim deve ser o teu coração.
Sabes que o teu coração foi feito para amar?
Claro, para amar o Amor, antes de amar alguém... Para amar o Amor... e só depois amar alguém... no Amor.
Ou amar o Amor em alguém. E o Amor tem nome: ele se chama JESUS.
Só assim o teu coração se estabelecerá na verdadeira paz, que não vem do mundo, nem dos homens, mas do Senhor: "Deixo-vos a paz. Dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!" (Jo 14, 27)
 
Reconcilia-te com Deus... e com o teu irmão.
Dá o primeiro passo. Não espere que o teu irmão o faça. Não é fácil dar o primeiro passo. É mesmo muito difícil, e por vezes muito doloroso. Mas é necessário. Exige negação de si mesmo e aceitação da cruz. Mas vale a pena. Jesus te deu o exemplo e te convida a segui-lo, a imitá-lo: "Se alguém quiser me seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga." (Mc 8,34)
Tens que dar o primeiro passo, sejas tu o ofensor ou o ofendido.
E na realidade, esse primeiro passo em direção a alguém, acaba em direção a outro Alguém... que já deu o primeiro passo ao teu encontro. Não foste tu quem primeiro amou a Deus, mas foi Ele quem te amou primeiro, e enviou o seu próprio Filho para expiar os teus pecados. (Jo 4,10)
Reconcilia-te com Deus, mas reconcilia-te primeiro com o teu irmão. E estarás reconciliado contigo mesmo.
Esta é a fonte maravilhosa da paz:


 
O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO.

Pe. Valeriano de Oliveira
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Este é um opúsculo sobre a Reconciliação.
O nome já o diz: uma pequenina obra.
E por ser pequena não pode, evidentemente, exaurir a matéria. Mas pelo menos focalizará o essencial para quem queira se preparar para fazer uma boa confissão.
É propósito do autor tratar da matéria com muita simplicidade, clareza e praticidade, tanto mais que tudo o que ele diz aqui é fruto de sua própria experiência no exercício do ministério da reconciliação.
E na verdade, esse ministério é um dos mais gratificantes na vida do sacerdote. Primeiro, porque lhe dá a oportunidade de se exercitar e crescer na virtude da paciência e no dom da escuta. Hoje todo o mundo quer falar; não sobra ninguém para ouvir. Segundo, porque lhe permite entrar na privacidade das consciências, o que, a par de ser uma terrível responsabilidade, é ao mesmo tempo um privilégio inaudito, pois o obriga a uma grande dignidade de comportamento e a uma não menor santidade de vida.
Depositário dos segredos de tantas consciências, coração angustiado por tantas dores que ele mal consegue aliviar, mas ao mesmo tempo consolado e edificado por tantas riquezas interiores que vai descobrindo, o sacerdote só mesmo por graça de Deus consegue manter o próprio equilíbrio. Compreende-se assim como muitos deles procuram se esquivar desse ministério.
E tudo isso acontece por causa de você, meu caro leitor.
O sacerdote é escolhido por Deus, chamado e ordenado para servir a você... como o Papa, que a si mesmo se chama "Servo dos servos de Deus", e como o próprio Jesus que disse de si mesmo: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir..." (Mt 20,28). E neste espírito de serviço decidi escrever com muito carinho este opúsculo para ajudar você a aproveitar o melhor possível deste tesouro que o Senhor Jesus nos deixou: o santo sacramento da Reconciliação. 
  

CAPÍTULO I
 
COMO RECONCILIAR-SE COM DEUS?
 
 
Pelo sacramento da Reconciliação.
Antes de voltar ao Pai, tendo-nos amado até o extremo, a nós que éramos seus e estávamos no mundo, o Senhor nos deixou dois presentes maravilhosos: o sacramento do amor (a Eucaristia), e o sacramento da paz (a Reconciliação, ou Confissão). Um é alimento, outro remédio, embora ambos alimentem e ambos curem.
A confissão, ou sacramento da reconciliação, é a fonte maravilhosa da paz, e o remédio para todos os males. Porque na realidade só existe um mal, o pecado. Como só existe, depois do batismo, um só remédio para esse mal: o arrependimento sincero, seguido de uma confissão bem feita. Este sacramento não é só a fonte maravilhosa da paz, mas ele é também a fonte da divina misericórdia, como o Senhor revelou à sua serva Santa Faustina, n.º 1448 e 1602 do seu Diário:

"Escreve, filha, fala da minha misericórdia. Diz às almas onde devem procurar consolo, isto é, no tribunal da misericórdia, onde continuo a realizar os meus maiores prodígios que se renovam sem cessar. Para obtê-los não é necessário empreender longas peregrinações, nem realizar exteriormente grandes cerimônias; basta aproximar-se com fé dos pés do meu representante e confessar-lhe a própria miséria. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena. Ó infelizes, que não aproveitais esse milagre da misericórdia de Deus! Clamarei em vão, pois já será tarde demais".
"Filha, quando te aproximas da santa confissão, dessa fonte da minha misericórdia, sempre desce na tua alma o Meu Sangue e a água que saíram do meu Coração e enobrecem a tua alma. Cada vez que te aproximares da santa confissão, mergulha-te toda na minha misericórdia com grande confiança, para que ela possa derramar na tua alma a abundância da minha graça. Quando te aproximas da santa confissão, deves saber que sou Eu mesmo quem espera por ti no confessionário; oculto-me apenas no sacerdote, mas Eu mesmo atuo na alma. Aí, a miséria da alma se encontra com o Deus da misericórdia. Diz às almas que dessa fonte de misericórdia as graças são colhidas apenas com os vasos da confiança. Se a confiança delas for grande, a minha generosidade não terá limites. As torrentes da minha graça inundam as almas humildes. Os orgulhosos sempre estão na pobreza e na miséria, porquanto a minha graça se afasta deles para as almas humildes".
E Santa Faustina continua: "Quero recomendar três coisas à alma que deseja decididamente buscar a santidade e dar fruto, ou seja, tirar proveito da confissão.
Em primeiro lugar, total sinceridade e franqueza. O mais sábio e o mais santo confessor não consegue derramar à força na alma aquilo que deseja, se a alma não for sincera e franca. A alma insincera e reticente, expõe-se a grandes perigos na vida espiritual e o próprio Senhor não se comunica a essa alma num nível mais elevado, porque sabe que ela não tiraria proveito dessas graças especiais.
Segundo: humildade. A alma não tira o devido proveito do sacramento da confissão se não for humilde. O orgulho mantém a alma nas trevas. Ela não sabe e não quer penetrar devidamente no fundo de sua miséria; esconde-se atrás de uma máscara evitando tudo o que a pode curar.
Terceiro: obediência. A alma desobediente não terá nenhuma vitória, ainda que o próprio Nosso Senhor a ouvisse diretamente em confissão. O mais experiente confessor em nada poderá ajudar a uma alma de tal maneira. A alma desobediente se expõe a grandes desgraças; não poderá progredir na perfeição nem na vida espiritual. Deus cumula generosamente de graças a alma, mas só se ela for obediente".
 
A confissão é um sacramento de misericórdia, mas é necessário que nos aproximemos dele com muita confiança e serenidade. Quanto maior for a nossa confiança maior será a nossa alegria e a nossa paz. Há, porém, um defeito que pode comprometer tudo isso, transformando o que seria uma fonte de paz num verdadeiro tormento. É o escrúpulo.
Há quem olhe o escrúpulo como uma virtude e o confunde com a delicadeza de consciência. O sábio e piedoso Gerson diz que uma consciência escrupulosa prejudica muitas vezes a nossa alma muito mais que uma consciência elástica e relaxada.
O escrúpulo falseia o julgamento, perturba a paz da alma, gera a desconfiança e o afastamento da vida sacramental e altera a saúde da alma e do corpo. Quantos infelizes começaram pelo escrúpulo e terminaram pela demência! E quantos outros mais infelizes ainda, começaram pelo escrúpulo e acabaram pela libertinagem e pela impiedade. Foge, pois, desse temível veneno da piedade e dize com São José Cupertino: "Para trás as tristezas e os escrúpulos; não quero saber deles em minha casa".
O escrúpulo é um temor infundado de haver pecado. Mas o escrupuloso naõ julga serem simples escrúpulos as suas dúvidas e temores: ele não se atormentaria se pudesse qualificá-los como tais. Ele deveria no entanto dar crédito ao seu diretor espiritual, quando este lhe dá normas para seguir.
O escrupuloso só vê em suas ações uma série ininterrupta de pecados; só vê em Deus vingança e cólera. Que ele se habitue, portanto, a considerar sobretudo no Divino Mestre o atributo que lhe é mais caro: a misericórdia. Faça disto o assunto habitual de seus pensamentos, de suas meditações e de seus afetos. É preciso fazer tudo por amor, nada constrangido; é preciso amar mais a obediência mais do que temer a desobediência.
O único remédio para os escrupulosos é uma obediência total e corajosa. É um orgulho secreto, diz São Francisco de Sales, que nutre e sustenta os escrúpulos; porque o escrupuloso se aferra ao seu juízo e à sua inquietude, apesar dos avisos em contrário de seu diretor espiritual. Ele se persuade sempre, para dissimular a sua desobediência, que sobreveio um caso novo e imprevisto para o qual seriam inúteis esses avisos. Obedeça, portanto, sem fazer outro raciocínio senão este: DEVO OBEDECER, e será livre dessa terrível enfermidade.
A tristeza e a inquietude dos filhos de Deus é uma grande injúria que fazem ao seu Pai Celeste, parecem dizer com isso que acham pouca doçura em servir a um senhor tão cheio de amor e misericórdia; parecem querer desmentir as palavras daquele que disse: "Vinde a mim vós todos que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei", comparando-se ao bom lavrador que escolhe para seus bois "um jugo que lhes seja suave e um fardo leve". "Ai da alma mesquinha e árida que tudo teme, e que, à força de temer, acaba por não ter tempo de amar e correr generosamente.
"Ó meu Deus, sei que quereis um coração vasto, quando este coração vos ama. Agirei com confiança como uma criancinha que brinca nos braços de sua mãe; regozijar-me-ei no Senhor e procurarei alegrar também os outros, expandindo o meu coração sem temor... Longe de mim, ó meu Deus, essa sabedoria triste e temerosa que paralisa, e que traz sempre nas mãos a balança para pesar átomos... Não agir com mais simplicidade convosco, é injuriar-vos; semelhante rigor é indigno de vossas entranhas de Pai" (Fenelon).
E acabam entregando-se realmente ao mal, porque não tem a simplicidade de crer possível a Nosso Senhor a vitória de que se sentem incapazes. Que eles se aproximem desse Jesus tão bom que nos prometeu, junto de si, "o repouso para as nossas almas".
 
 
- x -
 
Note bem que eu disse "confissão bem feita", isto é, com boas disposições do penitente e total sinceridade. E uma das formas mais freqüentes de confissão mal feita é calar determinado pecado na confissão, por vergonha ou por medo.
Conta-se que São Filipe Néri tinha uma grande amizade por determinado garoto. Aconteceu que esse garoto adoeceu gravemente e o santo teve a revelação de sua morte próxima. Pediu então à família que o chamasse quando estivesse próximo à morte, pois queria prepará-lo bem para o último combate. Agravando-se o estado do menino, o pai mandou avisar a São Filipe. O santo não foi encontrado naquele momento, e o recado ficou com um dos padres da sua Congregação. Entrementes, o menino faleceu. Quando o santo recebeu o recado e correu à casa do garoto, já o encontrou cadáver. São Filipe ajoelhou-se ao pé da cama, orou fervorosamente durante um certo tempo, depois aspergiu com água benta o corpo do menino e colocou algumas gotas da água na sua boca. Colocou-lhe a mão no rosto, e o chamou pelo nome com voz forte. O garoto se mexeu na cama como se estivesse acordando de um profundo sono, abre os olhos e vendo São Filipe exclama: "Padre! Que bom que o senhor veio. Tenho um pecado e quero confessar-me!". São Filipe pede que se esvazie o quarto, pega um crucifixo e ouve a confissão do menino. Chama em seguida toda a família e põe-se a conversar com o ressuscitado sobre o céu e a felicidade dos eleitos. E a conversa se prolonga por mais meia hora, como nos bons tempos de saúde do menino. Finalmente o santo lhe pergunta se queria ir para o céu. "Mas é claro, Padre!" responde o menino. E São Filipe lhe diz: "Vai em paz, meu filho, e roga por mim!" O menino fecha suavemente os olhos e torna a morrer. O quarto do garoto converteu-se em capela e até hoje é visitado com veneração por muita gente. 
  
 
CAPÍTULO II
 
COMO CONFESSAR-SE BEM
 
 
Seis atos necessários para uma boa confissão:
 
1) Oração ao Espírito Santo.
2) Exame de consciência.
3) Arrependimento sincero dos pecados.
4) Firme propósito de emenda.
5) Acusação dos pecados ao sacerdote.
6) Cumprimento da penitência imposta.
 
Vamos explicar um por um esses seis passos.
 
1) Oração ao Espírito Santo.
 
Sem as luzes do Espírito Santo nosso exame de consciência será falho e imperfeito, e nosso arrependimento deixará muito a desejar. A noção de pecado está diretamente ligada à noção que se tem da bondade e da grandiosidade de Deus. Quanto mais conhecemos o Amor, mais saberemos e buscaremos o que lhe agrada. Faça a seguinte oração:
"Vinde Espírito Santo, enchei o meu coração com a vossa luz e com a vossa graça, e acendei nele o fogo do vosso amor. Enviai, ó Deus, o vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis o meu coração.
Ó Deus, que iluminastes o coração dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, dai-me pelo mesmo Espírito o conhecimento e um profundo arrependimento dos meus pecados, para que eu possa gozar sempre de suas infinitas consolações. Amém." (Reze uma Ave-Maria)
 
2) Exame de consciência.
 
Procure um recanto tranqüilo e ali, em silêncio, examine calmamente a sua vida, desde a última confissão, percorrendo principalmente os 10 mandamentos.
Depois de lido este opúsculo, se perceber que nunca fez uma boa confissão, então faça uma confissão geral de toda a sua vida.
Alguns pontos para ajudá-lo no seu exame de consciência:
 
 
a) 1º mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas
 
Tenho procurado conhecer bem a minha fé? (O melhor meio para isso é ler e estudar o Catecismo da Igreja Católica). Como está minha confiança em Deus, minha participação na Eucaristia, minha devoção a Nossa Senhora? Tenho acreditado em horóscopos, cartomantes, e outras superstições semelhantes? Tenho participado de sessões espíritas (mesa branca ou terreiro)? (o que é um pecado de idolatria: não se pode acender uma vela para Deus e outra para o diabo). Tenho participado de religiões pagãs (Seicho-No-Iê, Budismo, Igreja Messiânica...) ou práticas pagãs como projeciologia, Reiki, Yoga, meditação transcendental, enfim, tudo o que exalta o ego e esquece o seu Criador? Participo de sociedades secretas que professam um deus indefinido ou impessoal, que favorece o relativismo ou o indiferentismo religioso, ou me simpatizo com elas? Tenho me conformado com a vontade de Deus nas provações, sofrimentos e cruzes da vida? Tenho sido fiel às minhas orações diárias (o santo terço, as orações da manhã e da noite)?
 
b) 2º mandamento: Não tomar o seu santo nome em vão
 
Tenho blasfemado? Tenho jurado falso? Tenho contado ou participado de piadas ou conversas fúteis que envolvem o Santo Nome de Deus? Nas minhas confissões tenho calado, por medo ou vergonha, algum pecado grave? (Isso além de tornar a confissão inválida, é um pecado grave - sacrilégio). Tenho feito promessas e não cumprido? Tenho cumprido o meu dever de pagar o DÍZIMO?
 
c) 3º mandamento: Guardar os domingos e dias de preceito
 
Tenho participado de missa inteira aos domingos (Dominica = Dia do Senhor, o próprio nome já designa sua natureza e razão de existir) e dias santos? (Nesses dias não se pode trabalhar sem necessidade, fazer negócios, etc. e é obrigatória a participação na Santa Missa, a não ser em caso de doença. Se você é patrão, lembre-se de que seus empregados e operários devem participar da Santa Missa e têm direito ao descanso dominical). A Santa Missa pela TV só tem valor em caso de doença ou outro impedimento sério.
 
d) 4º mandamento: Honrar pai e mãe
 
Tenho obedecido com amor meus pais? Tenho lhes dado aborrecimentos e desgostos? (Lembre-se que desgostos e aborrecimentos podem encurtar-lhes a vida, e você será responsável por isso). Tenho lhes demonstrado gratidão pelo modo respeitoso e carinhoso com que os trato? Tenho ajudado a meus pais idosos ou doentes? (O próprio Senhor garante: "Aquele que respeita o seu pai obtém o perdão dos pecados, e o que honra a sua mãe é como quem ajunta um tesouro" (Eclo. 3,3). Como tem sido a minha convivência com meus irmãos em matéria de harmonia, paz e amor fraterno? Ou tenho provocado brigas e desarmonias?
 
e) 5º mandamento: Não matar
 
Tenho alimentado ódios ou desejos de vingança contra o próximo? Desejei a morte de alguém? Feri o próximo ou cometi crime de morte? Omiti socorro a alguém que estava em perigo de morte? (doença, acidente...) Pratiquei aborto, aconselhei alguém a fazê-lo ou me posicionei favorável a ele? Mutilei-me para evitar filhos? (vasectomia, laqueadura...)
 
f) 6º mandamento: Não pecar contra a castidade
 
Tenho mantido relação sexual com alguém fora do casamento? Tenho namorado ou noivado de modo pecaminoso (abraços, beijos e toques sensuais). Tenho me masturbado? Tenho alimentado pensamentos e fantasias sexuais com plena advertência e consentimento? Considero o sexo coisa vil, suja e má? (Sendo obra de Deus, o sexo é por natureza bom e santo. O mal está na vontade pervertida, no abuso ou no seu uso fora da lei de Deus. Nunca esqueçamos: a sensualidade é um monstro adormecido. Se o acordamos, ele nos devora)
 
g) 7º mandamento: Não furtar
 
Tenho me apropriado indevidamente de qualquer objeto alheio? Tenho procurado enganar o próximo em negócios? Recusado a pagar dívidas? Tenho explorado o empregado pagando-lhe um salário de fome? Se sou empregado, tenho cumprido honestamente os meus deveres? Tenho devolvido os objetos que me foram emprestados? Tenho adquirido bens de origem duvidosa?
 
h) 8º mandamento: Não levantar falso testemunho
 
Tenho caluniado alguém? Falado mal dos outros? Guardo bem os segredos a mim confiados? Tenho sido mentiroso, indiscreto ou maldoso, prejudicando a honra do meu próximo por palavras ou ações? Tenho jurado ou testemunhado falsamente contra meu próximo em juízo ou fora dele? Tenho amado e praticado a verdade em qualquer circunstância? "Seja o vosso falar SIM, se é sim; e NÃO, se é não. O que passar daí vem do Maligno." (Mt 5,37)
 
i) 9º mandamento: Não desejar a mulher do próximo
 
Tenho cometido adultério por atos, pensamentos e desejos consentidos? Tenho olhado com malícia para o corpo da mulher, desejando consentidamente fazer sexo com ela? (o mandamento fala de "desejar a mulher", mas a mulher "desejar o homem" é a mesma coisa.)
 
j) 10º mandamento: Não cobiçar as coisas alheias
 
Tenho me contentado com aquilo que possuo? Tenho alimentado inveja de alguém que possui mais do que eu? (é lícito e até necessário esforçar-se por progredir, mas com tranqüilidade e paz, sem ambição. Há invejosos que chegam a desejar toda a espécie de males e prejuízos para o seu próximo que está prosperando, principalmente quando é da mesma esfera social).
 
Aí está um esboço de exame de consciência. Não é tudo. Há muito ainda a acrescentar. Mas já é um começo. Caso você tenha dúvida se uma ação ou pensamento é pecado, consulte o padre na hora da confissão.
 
3) Arrependimento sincero dos pecados (contrição)
 
O arrependimento é essencial para a validade da confissão. Sem ele, não há perdão. E quando se diz arrependimento, não quer dizer sensiblidade: sentir, chorar, etc. Há verdadeiro arrependimento quando o pecador está sinceramente decidido a não continuar pecando, quando há um verdadeiro propósito de emenda por amor a Deus. Embora não seja essencial procure excitar em você um arrependimento sensível. Leia com atenção o Capítulo IV: O QUE É PECADO? Que vai lhe ajudar muito neste ponto.
Não faça confusão entre arrependimento e remorso; há muita diferença entre um e outro. Arrependimento é o sentimento de dor por haver ofendido a um Deus tão bom; remorso é a inquietação da consciência pelo pecado cometido, um tormento interior que não deixa em paz o pecador. O primeiro causa paz, o segundo aflição.
 
4) Firme propósito de emenda
 
Lembre-se de que você não está confessando com um homem, mas com Deus. O padre é um simples representante para lhe dar o perdão em nome de Deus. Deus está vendo o seu coração. Se você não estiver decidido a romper com o seu pecado, você não terá perdão, mesmo que o sacerdote o absolva. Você pode enganar o padre, mas a Deus não.
 
5) Acusação dos pecados ao sacerdote
 
Confesse agora os seus pecados, sem enfeitar, sem se desculpar, sem rodeios, sem acusar ninguém. Você vai confessar os seus pecados, não os dos outros. Sobretudo, não esconda nenhum pecado, por mais feio que ele seja. Já que você não teve vergonha de pecar, não tenha agora vergonha de se confessar. Se você ocultar um pecado, por medo ou por vergonha, sua confissão será inválida, será mesmo sacrílega. Não só não terá o perdão dos pecados, como ainda acrescentará a eles mais um, e bem mais grave.
Quantas vezes você, mulher, comentou suas intimidades com suas amigas num salão de beleza; ou você, homem, o fez com seus amigos numa mesa de bar? E você tem resistência em declarar os seus pecados Àquele que já os conhece, para receber o perdão através do sacerdote, seu legítimo representante?
 
6) Cumprimento da penitência imposta
 
Terminada a sua acusação, o padre lhe dará alguns conselhos e palavras de encorajamento, absolvê-lo-á de seus pecados e lhe imporá uma penitência, que você deve cumprir logo em seguida ou o quanto antes.
Antes de absolvê-lo, o padre lhe pedirá que faça o "ato de contrição" que você pode fazer espontaneamente com suas próprias palavras. Nesse ato, você dirá ao Senhor que está sinceramente arrependido de seus pecados, por ter ofendido a um Deus tão bom a quem você prometerá fazer tudo para não pecar mais e pedirá perdão dos seus pecados. Aqui vai um modelo como simples sugestão:
Ó Jesus que tanto me amas! Com meus pecados te ofendi. Perdão, Senhor, perdão! Não quero pecar mais. É grande a minha fraqueza, mas ajuda-me com a tua graça!
Recapitulando:
Ao apresentar-se ao sacerdote, diga-lhe: "Padre, dai-me a vossa bênção porque pequei!" Em seguida, diga-lhe a sua profissão, estado de vida (solteiro, casado, viúvo... etc.), e quando foi a sua última confissão. Feito isso, acuse humildemente todos os seus pecados, a começar pelos mais graves, citando o número deles e as circunstâncias em que foram cometidos. É recomendável que se confessem também os pecados veniais.
Este sacramento, como todos os demais, é uma verdadeira ação litúrgica, e como tal deve ser celebrado. Conforme o Catecismo da Igreja Católica (n.º 1480), são ordinariamente elementos da celebração os seguintes: saudação e bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e excitar a contrição, exortação ao arrependimento; confissão que reconhece os pecados e os declara ao sacerdote; imposição e aceitação da penitência; absolvição do sacerdote; louvor de ação de graças e despedida com a bênção do sacerdote.

continua na 2ª parte....









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