Cidadãos do Infinito




Os Mandamentos de Deus e da Santa Igreja
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10/01/2012
O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA
Ser como Cristo


“Ontem se imolava o cordeiro as portas eram marcadas com sangue e todo o Egito chorava seus primogênitos, mas nós ficamos imunes, o sangue nas portas salvou. Hoje deixamos o Egito, seu faraó e seus chefes ferozes e ninguém pode impedir-nos de celebrar a festa da nossa libertação. Ontem éramos levados com Cristo na cruz, hoje somos glorificados com Ele; ontem morríamos com Ele, hoje revivemos; ontem fomos sepultados com Ele, hoje ressurgimos. Aquele que morreu e ressuscitou por nós oferecemos a nossa vida, esta é a posse mais preciosa e mais digna para Deus. Reconheçamos nossa dignidade, sejamos como Cristo porque Cristo se fez como nós. Façamo-nos deus por Ele, porque Ele por nós se fez homem, tomou algo de inferior, para dar-nos algo de superior”, escreve São Gregório de Nazianzeno (Discurso 1 sobre a Páscoa, 3-5).

 


Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre. [...] Ora... Continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrado; mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo. [...] Quanto, porém, veio Cristo como sumo sacerdote [...] não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou do Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. (Hb 9, 1.6.7.11.12).


Alguém já disse que as palavras “... não sem sangue...” pertencem ao Velho Testamento. Porém, o que diz o Nosso Senhor Jesus Cristo?
Observe primeiro, que quando João Batista anunciou a vinda do Messias, referiu-se a duas funções que seriam realizadas por ele: primeiro que seria “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29); e, segundo, que batizaria “com Espírito Santo pudesse ser concedido. Somente quando tudo que o Velho Testamento ensinou sobre o sangue fosse cumprido é que a dispensação do Espírito poderia começar”.

 


Depois, o Senhor Jesus Cristo declarou, ele próprio, que sua morte na cruz era a razão por que havia vindo ao mundo, que era a condição necessária para a redenção e a vida que viera trazer. Afirmou claramente, em conexão com a sua morte, que o derramamento do seu sangue era necessário. Na sinagoga de Cafarnaum, falou de si mesmo como o “Pão da Vida” (Jo 6,35), e que esse pão daria vida para o mundo (Jo 6,33). Quatro vezes em seguida, falou do seu sangue: “Se não...beberdes o seu sangue [do Filho do Homem], não tendes vida em vós mesmos”; “quem... beber o meu sangue tem a vida eterna”; “o meu sangue é verdadeira bebida”; “quem... beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele” (Jo 6,53-56).
Nosso Senhor assim declarou o fato fundamental de que mesmo ele, como o Filho do Pai que veio restaurar-nos a vida perdida, não poderia fazer isso de nenhuma outra forma senão morrendo por nós, derramando seu sangue e, só então, tornando-nos participantes do poder que o sangue derramado oferece.


Nosso Senhor confirmou os ensinamentos do Velho Testamento – que o homem só poderá viver por meio da morte de um outro, pois só através da ressurreição é que a vida se torna eterna. Nem o próprio Cristo poderia nos tornar participantes dessa vida eterna sem derramar seu sangue e nos levar a beber dele. Que fato glorioso! A vida eterna pode ser nossa, contudo “não sem sangue”.

 


Igualmente impressionante é a declaração dessa verdade por nosso Senhor na última noite de sua vida na Terra. Antes de completar sua grande obra, doando a vida como “resgate por muitos” (Mt 20,28), ele instituiu a Santa Ceia, dizendo: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26,27.28). “Sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9,22).
Portanto, pelo derramamento do próprio sangue, Cristo obteve nova vida para nós. Através do que descreveu como “beber o seu sangue”, ele divide sua vida conosco. O sangue derramado na expiação nos livra da culpa do pecado, da morte e do castigo pelo pecado. O sangue que bebemos pela fé transmite-nos sua vida. O sangue que derramou foi, em primeiro lugar, para nós e, em segundo lugar, concedido a nós. 


  
      Ensinamento do Novo Testamento


 
            Depois da ressurreição e ascensão de Cristo, ele não foi mais conhecido pelos apóstolos “segundo a carne”. Agora, tudo que era simbólico foi removido, e as profundas verdades espirituais escondidas nos símbolos foram descortinadas. Entretanto, o sangue não foi um dos símbolos removidos. Continua ocupando um lugar de destaque.
            O primeiro lugar a pesquisar sobre isso no Novo Testamento é na Epístola aos Hebreus, que foi escrita com a expressa finalidade de mostrar que o serviço do templo agora havia se tornado inútil e que, no plano de Deus, estava previsto que isso acontecesse após a vinda do Messias. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar nas Escrituras, era de se esperar que o Espírito Santo tivesse mostrado a mudança de sentido do sangue no propósito de Deus, se fosse mais um dos aspectos substituídos na Nova Aliança. No entanto, é justamente aqui que encontramos menções enfáticas do sangue de Jesus, dando-lhe ainda mais importância.

 


            Veja os seguintes textos:
            “... mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas” (Hb 10,19).
            “... muito mais o sangue de Cristo...purificará a nossa consciência de obras mortas, para servimos ao Deus vivo!” (Hb 9,14).
            “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus...” (Hb 10,19).
            “Mas tendes chegado... a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão” (Hb 12,22.24).
            “Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta” (Hb 13,12).
            “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor... pelo sangue da eterna aliança...” (Hb 13,20).


 
            Por tais palavras, o Espírito Santo nos ensina que o sangue é realmente o poder central em toda nossa redenção.
O ilustre escritor e orador Rev. Andrew Murray afirma: “Não sem sangue é tão válido no Novo Testamento quanto no Velho. Nada além do sangue de Jesus, derramado em sua morte pelos pecados, poderá cobrir o pecado, do lado de Deus, ou remove-lo, do nosso” (1).


 
    O Sangue da Nova Aliança


 
       “Pois sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou com ouro, que fostes resgatados da vida fútil que herdastes dos vossos pais, mais pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeitos e sem mácula” (1 Pd 1, 18. 19).
            A grande mística e Doutora da Igreja Santa Catarina de Sena meditando neste texto disse: “Nós não fomos resgatados à preço de ouro, nem apenas por amor, mas pelo sangue de Cristo”.

 


            Através de sua história os Israelitas sabiam que o sangue era uma fonte da vida. Sabiam que o sangue sacrifical dos animais poderia resultar em maior união com Deus. Sabia que essa expiação, através do sangue sacrifical, criava um caminho para a intimidade e o perdão de Deus. Desde o inicio da história eles valorizaram o santuário e o altar dos sacrifícios porque acreditavam que Deus residia ali de maneira poderosa.
            Podemos indagar porque isso é importante para nós. Afinal, isso aconteceu a milhares de anos atrás em terras já esquecidas. Mas podemos ver a resposta quando olhamos para Jesus, que derramou seu próprio sangue por nossos pecados. Na cruz Jesus cumpriu todos os ritos de um autêntico sacrifício de sangue, feito através dos séculos de história de Israel. Sua morte no Calvário nos informa que ele escolheu derramar seu próprio sangue – sua própria vida – pela “salvação”, para que assim pudéssemos ter vida nele.

 


            Quando o Rei Salomão dedicou o templo, ordenou que milhares de carneiros e gado fossem oferecidos a Deus em sacrifício. As Escrituras dizem que o número de animais era tão grande que foi impossível contá-los (1 Reis 8,5). Uma contagem tardia, conservadora, estima em 22 000 touros e 120 000 carneiros (8,63). E isso foi apenas durante a cerimônia de dedicação do Templo! Cerca de duzentos anos mais tarde, durante o tempo da reforma, o Rei Ezequias pediu aos sacerdotes e aos Levitas que purificassem o lugar santo. Ordenou que 70 touros, 100 carneiros e 200 cordeiros fossem oferecidos a Deus (2 Crônicas 29,29-33)
            Se tamanho sacrifício foi feito em apenas dois eventos, tente imaginar os galões de sangue que foram oferecidos a Deus durante toda a história de Israel! Esses animais tinham de ser de primeira qualidade, inteiramente livres de defeitos ou manchas.
            Entretanto, não importa quantos milhares de animais foram sacrificados, todo o sangue derramado ainda era insuficiente. Apenas Jesus, o Cordeiro de Deus, puro e sem mancha, poderia oferecer um sacrifício perfeito para expiação dos pecados. Ironicamente, milhares de galões de sangue animal podem ter sido insuficientes, mas apenas uma gota de sangue de Jesus foi o bastante para nos purificar por toda a eternidade. O que é ainda mais espantoso é que apesar de uma só gota ter sido o suficiente, Jesus escolheu derramar TODO o seu sangue. Isso mostra o quanto ele nos ama.


 
  Justificados e Redimidos Pelo Sangue de Cristo


 
“Agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,9). “E é pelo sangue de Jesus Cristo que temos a redenção e a remissão dos pecados” (Ef 1,7).
As Escrituras usam os termos “redimir”, “resgatar” e “justificar” para descrever o que Jesus fez por nós quando morreu.
A palavra “resgatar” descreve a maneira pela qual nos libertamos da escravidão do pecado. Jesus disse a seus discípulos que ele tinha vindo “para dar sua vida em redenção por muitos” (Marcos 10,45).

 


A principio essa passagem pode nos dar uma idéia de que Jesus “pagou” ao demônio para nos comprar de volta. Mas na realidade o conceito de ser “comprado” é mais uma analogia, ou uma imagem. Jesus não pagou ninguém. Ele não precisava fazê-lo. Ao contrario, o sentido é que ele deu algo de grande valor – seu sangue precioso – para nos salvar de nossos pecados.
Enquanto redenção e resgate dizem respeito à libertação do pecado, “justificação” diz respeito a como o sangue de Jesus nos fez de acordo com os desígnios de Deus. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, “Justificação foi merecida por nós pela Paixão de Cristo... cujo sangue tornou-se instrumento de expiação pelos pecados de todos os homens” (CCC, 1992). O sacrifício de Jesus na cruz – o derramamento de seu próprio sangue da vida – removeu nossa condenação e nos tornou possível comparecer diante de Deus em completa confiança e livre do medo de punição.  


 
Purificação Pelo Sangue


 
            O conceito de purificação pelo sangue de Jesus é similar ao de redenção e justificação, com uma importante diferença. A noção de purificação pelo sangue tem uma aplicação atual, enquanto que a redenção e justificação estão mais diretamente ligadas aos históricos eventos da morte e ressurreição de Jesus.

 


            Como você reage com o sentimento de culpa que ocorre quando percebe que pecou? Fica irritado com você mesmo? Promete fazer uma mudança dramática em sua vida? Tenta reparar o que fez realizando algumas boas ações extras? Reações como essas podem ajudar em determinado grau, mas nenhuma delas tem o poder do sangue de Jesus.
            No batismo fomos transformados de uma vida velha de pecado para uma nova vida de justiça. Nosso batismo libertou-nos “do pecado original e de todos os pecados pessoais assim como de todas as punições pelo pecado cometido” (CCC, 1263). Transformare-nos em nova criação capazes de partilhar da natureza divina de Deus (2 Coríntios 5,17;2 Pedro 1,4;CCC, 1265). Entretanto, essa transformação foi-nos dada em forma de semente. Nós a experimentaremos apenas se fomentamos nossa semente batismal – ao orarmos, celebramos a Eucaristia, e alcançamos o povo de Deus com amor: Nutrimos também a semente da nova vida quando procuramos o sangue de Jesus para nos purificar o perdoar:

 


            Na próxima vez em que você se deparar com a culpa do pecado, antes de fazer qualquer coisa, tira um tempo para pedir a Jesus para purificá-lo no seu sangue. Confesse o seu pecado a Deus e tenha fé no sacrifício expiatório de Jesus por você.  Peça a ele para limpar sua consciência. Ao fazer isso, você sentira uma libertação de culpa e um sentimento profundo de intimidade com Deus. Tornar-se-á mais confiante em seu amor por você e em seu desejo de abençoá-lo e não de condená-lo. E começará a enxergar que caminho seguir para se fortalecer no futuro.

 


            Este é todo o propósito do Sacramento da Reconciliação. Quando nos reconciliamos com Deus com base no sangue de Jesus, podemos libertar-nos, não só da culpa de nossos pecados, como do poder do pecado. Ao se dirigir à Confissão assuma de coração a exortação de São Clemente de Roma: “Fixe seus olhos no sangue de Cristo e entenda o quão precioso isso é para seu Pai, pois, ao ser derramado para nossa salvação, ele levou ao todo o mundo a graça do arrependimento” (I Clemente, 7). 


  
               Jesus Cristo Sacerdote: Vítima e Altar


 
            Através do Novo Testamento, vemos como o sangue de Jesus preenche e eclipsa toda a dimensão dos sacrifícios de sangue oferecido no Velho Testamento. Vemos especialmente Jesus cumprir o papel de sacerdote, vitima e alta. A Carta aos Hebreus nos conta como Jesus lembra, ainda que de forma mais perfeita, a figura de Melquisedeque, um sacerdote de Salém, do tempo de Abraão. Melquisedeque era um homem misterioso cujo sacrifício os Judeus julgavam santo o suficiente para abençoar ate o grande patriarca Abraão. (Hebreus 7,1-10). Em Hebreus se relata que mesmo os sacrifícios de Melquisedeque eram apenas presságios. Porque Jesus nosso grande alto sacerdote – é santo, imaculado, exaltado nos céus, e apenas ele é capaz de salvar completamente todo mundo que se dirige a Deus através dele (7,25-26). Apenas Jesus pôde oferecer o sacrifício perfeito a Deus, e apenas ele pode presidir nossa Nova Aliança a qual ele ratifica com seu próprio sangue (8,1-13).

 


            Assim como os altos sacerdotes entravam no Lugar Mais Sagrado no Templo para fazer a expiação pelo povo, Jesus entrou no perfeito santuário dos céus. E ele não levou o sangue dos animais sacrificados, mas o seu próprio sangue, o qual carrega a eterna, sem defeitos e perfeita vida de Deus (Hebreus 9,11-14). Dessa sua vida como uma oferta de sangue por nossos pecados. Enquanto os sacrifícios do Velho Testamento eram repetidos ano após ano, o sacrifício de Jesus é eterno. Nada mais é necessário para nos purificar e nos reconciliar com Deus. Fomos perdoados – uma vez por todas – pelo sangue de Jesus, perfeito, sem defeitos é imutável (10,1-3, 12-15)!.

 


            Em nosso primeiro artigo vimos como os Judeus consideravam o altar o centro de suas louvações e o sinal da presença de Deus entre eles. O mesmo é verdadeiro para nós nos dia de hoje. Na Santa Missa, o altar da consagração tem o significado de entrega de nosso coração a Jesus Cristo, cujo sacrifício relembramos durante a oração da Eucaristia.
            Na sala do andar superior Jesus abençoou o vinho e disse a seus discípulos para bebê-lo, dizendo, “Isto é o meu sangue, sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mateus 26,28). Então, na cruz, ele cumpriu essas palavras ao se sacrificar em nosso lugar. Ele tornou a si mesmo o altar: Todos os nossos pecados foram colocados sobre ele e ele os levou com ele para a morte para que assim pudéssemos nos libertar (2).
            O único e o verdadeiro sacrifício para agradar o altar de Deus é Jesus Cristo (Hb 13, 10-16). 
                        
CONCLUSÃO
 
            Sempre que for à Santa Missa, e especialmente durante a consagração, fixe seus olhos no altar. Imagine Nosso Senhor Jesus Cristo, o grande alto sacerdote, em pé diante de você, desempenhando este glorioso sacrifício dele mesmo. Imagine-o, perfeito, vítima sem defeitos, oferecendo a vida pela sua salvação. Imagine Jesus como o altar perfeito nos quais todos os seus pecados foram perdoados. Quando o pão e o vinho são elevados, aproxime-se dele. Ofereça-lhe sua vida. Ele redimiu você. Ele o justificou. Agora, deixe-o encher o todo o seu ser com o precioso sangue dele quando você tomar o cálice de beber.
            Toda a nossa vida só faz sentido na dimensão eucarística. A nossa eterna salvação esta na fidelidade da vivência da ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no ultimo dia” (Jo 6, 54).
            Com a fé em Cristo e com a graça do bom Deus, possamos viver sempre o deslumbrante e abissal mistério da Santa Missa.


 
Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de Historia da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda

E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com
 
 
Notas e Bibliografia
 
(1)   Arauto da Sua Vinda, nº 01, p. 1.
(2)   A Palavra Entre Nós, nº 67, pp. 14-16.
 
C. Folk Gomes. Antologia dos Santos Padres, São Paulo: Paulinas, 1985.

 








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