Cidadãos do Infinito




Nossa História
  • Voltar





04/01/2012
DEUS NOS FEZ COMUNIDADE
A essência do homem é Deus


Fomos criados à sua imagem e semelhança e, por conseguinte, apresentamos características básicas e infusas dessa filiação. Desenvolvemos aspectos intrínsecos que o Criador quis que herdássemos d’Ele próprio, como sinal da semelhança divina. Um desses pontos no qual vamos nos deter é a unidade, mola propulsora da vida em comunidade, jorrada do próprio seio da Santíssima Trindade. A Trindade é a fonte de toda comunhão, é dela e a partir dela, que todo o amor humano, e conseqüentemente toda doação se manifestam numa abertura para o outro. Aí está a base de toda comunidade.

O tripé que sustenta toda a vida em sociedade: Unidade, Doação e Abertura. Sem eles deixamos de nos assemelhar à Trindade, fugindo do desígnio divino para a vida em comum. Antes de ser obra dos homens, a comunidade é um Dom de Deus, que chamou cada um de seus membros para entrar em íntima relação com Ele e com os outros, isto é, à comunhão interpessoal e à fraternidade universal . Essa é a síntese da vocação humana: Viver em comunhão com Deus e com seus irmãos.

Jesus mesmo nos ensinou, quando chamou os apóstolos pessoalmente, um a um, para participar com Ele e com os outros discípulos, da sua vida e destino (cf. Mt 3,13-15). Estava assim inaugurada a comunidade cristã, comunidade essa que vivia junto do seu mestre, que seguia os seus caminhos, e bebia suas palavras. Olhando para a comunidade dos discípulos, temos um referencial sólido de ideal de vida, de comunhão completa e dinamismo unificante, encontrando assim, seu arquétipo na vida de unidade das pessoas da Santíssima Trindade. O teólogo S. Gregório de Nazianzeno já professava essa fé na Trindade como a perfeita comunidade, quando dizia: “Nem comecei a pensar na Unidade e a Trindade me banha no seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade e a unidade toma conta de mim” .

As pessoas divinas são realmente distintas entre si. Deus é único, mas não solitário. É o amor e a doação entre o Pai e o Filho que gera o Espírito Santo que, por sua vez, é o mantenedor dessa relação, preservando assim a unidade. São distintos entre si pelas relações de origem: é o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede. A Unidade Divina é trina. Não se pode falar de comunidade cristã sem se associar à comunidade divina. Aquela nada mais é que um reflexo dessa, um transbordar do amor de Deus, do Deus Trino que quis reproduzir também entre nós um modelo de comunhão. Quis que também nós experimentássemos a alegria da individualidade e da interdependência, não nos fechando em nós mesmos.

Não por acaso é que o número de comunidades com pequeno número de membros tem aumentado. As exigências apostólicas e os apelos mais insistentes do coração do homem impulsionam-lhe cada vez mais a ocupar um lugar onde possa ficar mais próximo de Deus, mais parecido com a Trindade, pois a vocação é a expressão do Dom de si a Deus e à Igreja. A vocação do homem não é só um chamado individual, mas uma convocação em conjunto com o outro, compartilhando a existência diária, os problemas e as alegrias, de acordo com o carisma e a característica de cada comunidade. Quando o homem aí se realiza, descobriu o chamado do Senhor para si. Nesse novo contexto em que está inserido, o tripé da Abertura, Doação e Unidade, novamente torna-se fundamental para a coexistência em comum e conseqüentemente para a subsistência da comunidade a que pertence. É vivendo com perfeição nossa comunidade humana que estaremos aptos a entrar, no dia da nossa morte, na Unidade perfeita da Trindade.

Fonte: www.comunidadesdeamor.com




Artigo Visto: 2317



Total Visitas Únicas: 736.623
Visitas Únicas Hoje: 106
Usuários Online: 26