“Estar informado e atento é o melhor jeito de ajudar a construir a sociedade que queremos, ainda que sem ações espetaculares. Mas, se somos desinformados, somos vulneráveis; se continuarmos alienados bancaremos os tolos; sendo fúteis, cavamos a própria cova; alegremente ignorantes, podemos estar assinando nossa sentença de atraso, vestido a mordaça, assumindo a camisa de força que, informados, não aceitaríamos”.
- Lya Lufit (Escritora brasileira).      
                                                
          Tudo começou com um comercial da coca-cola no qual aparecia um grupo multicultural de adolescentes cantando numa colina nos arredores de Roma. O comercial ficou tão popular que a banda britânica The New Seekrs rapidamente gravou uma versão expandida sem fazer referencia ao refrigerante. A música “I’d like teach the wold to sing” (Eu gostaria de ensinar o mundo a cantar) chegou às paradas de sucesso, agradou imediatamente ao publico e vendeu 96 mil copias de disco no primeiro dia. Logo as pessoas estavam controlando a melodia e cantando a letra que falava de um mundo no qual todos viviam juntos, em perfeita harmonia.
            Aquela canção popular e a mensagem simples encapsulavam a aspiração da humanidade pela harmonia e pela paz mundial. Nos anos 1970, a globalização parecia a anos-luz de distância. Hoje, ela está batendo às nossas portas. Claramente, estamos a caminho de um sistema mundial único. As grandes e fortes letras que cobriam o lado inteiro de um ônibus na Europa. O anúncio dizia: Provavelmente Não Exista Nenhum Deus. Agora, Pare de se Preocupar e Aproveite a Vida.
           Lançado no Reino Unido em 2008, o projeto ateísta de anúncios em ônibus superou as expectativas de seus organizadores. O que começou com um plano de criar propagandas dizendo que Deus não existe em 30 ônibus em Londres, cresceu para mais de 800 ônibus no Reino Unido. Em menos de um ano, ônibus e cartazes em grandes cidades no mundo todo proclamavam a mensagem ateísta.
          Mais recentemente, um grupo que se denominava Rational Response Squad [Esquadrão da Resposta Racional] persuadiu adolescentes a aceitarem “o desafio blasfemo”, renunciando publicamente “a qualquer tipo de crença no Deus dos céus do cristianismo”.
          A frente do movimento estava Richard Dawkins, britânico, professor de biologia, escritor cético e prolífero, alem de ateu convicto. Ele vê Deus como sendo “indiscutivelmente o personagem mais desagradável de toda a ficção: ciumento e orgulhoso disso; uma aberração cheia de vontades, injusto, controlador, que não sabe perdoar; um vingador... e um briguento caprichosamente malévolo”.
         A Sagrada Escritura ensina que, no final, o mundo irá se juntar em torno de um homem caracterizado por essa mesma atitude provocadora, rebelde e antagonista com relação a Deus. Esse homem será o Anticristo. Predominante na descrição das Escrituras a seu respeito é seu caráter blasfemo. Ele é, de fato, a blasfêmia personificada. O apóstolo São João escreveu: “[Ele] abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu” (Ap 13,6). O Anticristo falará de maneira desprezível sobre Deus, ridicularizará os céus, e escarnecerá de todos os que lá habitam.
          Com sua obsessão megalomaníaca de controlar a todos e a tudo, o Anticristo indubitavelmente requererá a renúncia da privacidade pessoal em devotamento ao império. Crescente miniaturização da tecnologia, condensação da informação, bem como acessibilidade e velocidade de transferência de dados, poderiam, sem dúvida, equipar o governo global vindouro para monitorar a vida diária dos indivíduos de uma maneira nunca antes possível. Atualmente, as empresas já usam tecnologia de baixo nível para juntar informações sobre lugares onde pessoas fazem compras, o que elas compram, seus hábitos de gastos, e outros dados que consideram necessários para desenvolver estratégias de marketing. Uma versão melhorada desse tipo de transparência não é apenas inevitável, mas será imperativo para a forma final de globalização.
            Escreve o São Paulo Apostolo: “Porque deve vir primeiro a apostasia, e aparecer o homem ímpio, o filho da perdição, o adversário, que se levanta contra tudo que se clama Deus, ou recebe um culto, chegando a sentar-se pessoalmente no templo de Deus e querendo passar por Deus” (2 Ts 2,3.4).
           O insigne monge beneditino Dom Cipriano Chagas, em sua maravilhosa obra: Os Acontecimentos Finais, volume IV escreve: “com exceção de nosso Senhor Jesus Cristo, o Anticristo será a maior pessoa jamais vinda a Terra. Sua aparição em cena, sua ascensão ao poder, seu gênio como líder militar e seus feitos serão nada menos que espetaculares, colossais e sobrenaturais”, p.70.
          Vivemos o tempo da sedução do mal, da detonação da verdade e das terríveis mudanças de valores.
          Os verdadeiros cristãos lutam e se comprometem com o projeto do Reino de Deus e sabem que no final a vitória é certa para a Glória de Cristo, da Igreja e dos Santos.
          Todo o império do Anticristo será destruído e o plano de paz, gozo e salvação eterna de Jesus Cristo serão implantados para sempre. Pela fé já vivemos toda a realidade celestial no Espírito de Deus.
 
Novo Céu e Nova Terra
 
          O artigo: “Desastres geram predições sobre o Juízo Final”, publicado no site  MSNBC de 19 de outubro de 2005, de autoria Dr. Stephen O’Leary, professor adjunto da Universidade do Sul da Califórnia, dizia o seguinte: “Você não precisa ser uma pessoa religiosa para achar que estamos caminhando para uma catástrofe”.
         Ainda é grande a ameaça de uma guerra nuclear. “Em 2007, a Bulletin of the Atomic Scientists advertiu: Desde que as primeiras bombas atômicas foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, o mundo nunca se confrontou com uma situação tão perigosa.” Porque a preocupação? A Bulletin relatou que em 2007 ainda havia cerca de 27 mil armas nucleares 2 mil delas estavam “prontas para ser lançadas em questão de minutos”. Mesmo que só uma pequena porcentagem dessas armas fosse detonada o efeito já seria, catastrófico!
         Será que a ameaça de uma guerra nuclear diminuiu desde então? Os cinco países com o maior número de armas nucleares – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia – estão “criando novos sistemas de armas nucleares ou anunciaram sua intenção de fazer isso”, disse o SIPRI Yearbook 2009 (Anuário de 2009 do Sipri). (Sipri significa: Instituto Internacional de Pesquisas da Paz, de Estocolmo em inglês).
         O relatório no SIPRI Yearbook 2009 foi escrito por Shannon N. Kile, pesquisadora sênior e chefe do projeto de armas nucleares do Programa de Não Proliferação e Controle de Armas, do Sipri; por Vitaly Fredchenko, pesquisador do mesmo programa; e por Hans M. Kristense, diretor do projeto de informações nucleares da Federação de Cientistas Americanos.
         Mas esse anuário afirma que esses paises são os únicos que possuem armas nucleares. Pesquisadores calculam que a Índia, o Paquistão e Israel possuem de 60 a 80 bombas nucleares cada um. Também dizem que no mundo inteiro, 8.392 armas nucleares estão posicionadas para ser lançadas!
         Mudanças climáticas podem resultar numa catástrofe. A Bulletin of the Atomic Scientists, já mencionada, disse que “as mudanças climáticas são uma ameaça quase tão terrível quanto às armas nucleares”. Cientistas renomados, como Stephen Hawking; professor emérito da Universidade de Cambridge, e Sir Martin Rees professor da Trinty College da Universidade de Cambridge, concordam com esses alertas sombrios, eles acreditam que o mau uso da tecnologia e o efeito das atividades humanas no meio ambiente podem mudar de modo irreversível a vida na Terra ou até mesmo acabar com a civilização.
          Diz a sentença francesa: “Tudo passa, tudo quebra, tudo cansa e tudo se substitui”.
          De maneira magistral, que recebeu da ciência divina São Pedro Apóstolo escreveu: “Os céus e a terra de agora estão reservados mesma palavra ao fogo, aguardando o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios. O dia do Senhor chegará como ladrão e então os céus se desfarão como estrondo, os elementos devorados pelas chamas, se dissolverão e a terra, juntamente com as suas obras, será consumida. O que nos esperamos, conforme suas promessas são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça” (2 Pd 3, 7.10.11-13).
 
Conclusão
 
        “Buscai ao Senhor enquanto pode achar, invocai-o enquanto está perto”.          (Isaias 55.6)
 
              Nosso Senhor Jesus Cristo está para vir em breve. E Ele vem confirmar o “caminho dos justos” (Sl 1,6), ou seja, o caminho daquele que confia n’Ele. Sim, nós, cristãos, que carregamos  a nossa   cruz diária (Lc 9,2), que deixamos de lado as coisas que o mundo valoriza , que somos considerados tolos e loucos aos olhos desse mesmo mundo, vamos ver justificados perante todos os que nos desprezam.
            Quando Jesus vier, o céu anunciará: “Eis aí o vosso Deus. Ele vem executar a vingança” (Is 35,4; Is 63,1). Ele virá proclamar “um dia de vingança de nosso Deus, e consolar todos os aflitos” (Is 61,2). Que ninguém se surpreenda, pois porque nosso Deus não terá “sossego, até que Sua justiça brilhe como a aurora, e Sua salvação com uma flama” (Is 62,1). Será para nós, Seus filhos, o ápice da justiça (S1 37,6).
           Entretanto, não podemos ficar esperando, de braços cruzados. Nós temos que fazer nossa parte, ou seja, devemos nos manter serenos e persistentes em nossa fé, mesmo diante das ameaças e insultos do mundo, que nunca está satisfeito conosco (Mt 11,16). Somente mantendo os olhos fixados em Jesus é que poderemos suportar nossa cruz (Hb 12,2). Assim, com os olhos da fé, podemos anunciar como Jô o fez: “Eu o sei: meu Vingador está vivo, e aparecerá, finalmente, sobre a terra” (Jô 19,25). “Vinde, Senhor Jesus” (Ap 22,20)! Maranatha! E Maranatha!
          Fé, amor, e esperança nas promessas cristãs para o grande e definitivo encontro glorioso com a Santíssima Trindade e toda a corte celestial.
 
 
Pe.Inácio José do Vale
Professor de Historia da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com
 
Fontes
 
Veja: 03/03/2010, p.24.
Chamada da Meia-Noite, 12/2010 pp. 12 e 13.
 
Novo Testamento, edição de estudos, São Paulo: Ave-Maria, 2009.
 
Chagas, Dom Cipriano, OSB. Os Acontecimentos Finais, nossa geração será a ultima? Vol. IV. Rio de Janeiro: Edições Louva-a-Deus, 2008.