Cidadãos do Infinito




Doutrina Católica
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09/02/2012
RODA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO
CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA!


“Eu te digo tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei A MINHA IGREJA, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela”. (Mt 16,18). Disse o ínclito Bispo Doutor da Santa Madre Igreja, Santo Agostinho de Hipona (354 – 430): “Onde está a Igreja ai está o Espírito de Deus. Na medida que alguém AMA A IGREJA é que possui o Espírito Santo”. A palavra “Igreja” [“ekklésia”, do grego “ek-Kalein – “Chamar fora] significa “convocação”. Designa Assembléia do povo, geralmente de caráter religioso. Na linguagem cristã, a palavra “Igreja” designa a assembléia litúrgica, mas também comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. “A Igreja” é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembléia litúrgica, sobretudo eucarística. Vive da Palavra e do Corpo de Cristo e ela mesma se torna assim Corpo de Cristo (CIC Nº 752). A Igreja é a sociedade que Nosso Senhor Jesus Cristo fundou para continuar sua obra de santificação, governo, missão e ensino proporcionando a todos os seres humanos os frutos da bendita Redenção. Cristo mandou aos santos Apóstolos, sob a chefia de São Pedro Apóstolo, que governassem e ensinassem sua Igreja; e Ele próprio instituiu a Santa Missa e os Sacramentos com meios para a santificação de todas as pessoas. Finalmente, Jesus Cristo garantiu-lhes que sua presença seria contínua dizendo: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos tempos” (Mt 28,19.20). A Igreja é portanto, a união de Cristo com a Humanidade numa sociedade hierárquicamente organizada.

         Uma vez que é uma sociedade de que tem Cristo como fundador e cabeça e que seus membros têm suas vidas nele, a Igreja é mais conveniente designada como o “Corpo Místico de Cristo”. Diz Santo Tomás de Arquino (1225-1274): “Caput et membra, quasi una persona mystica – Cabeça e membros são como que uma só pessoa mística”. A Igreja abrange todos os batizados que professam a verdadeira Fé e estão em comunhão legítima com o Papa. O ser membro real e visível da Igreja é o caminho normal estabelecido por Cristo para a salvação. Descreve o Catecismo da Igreja Católica: “A Igreja é ao mesmo tempo visível e espiritual, sociedade hierárquica e Corpo Místico de Cristo. Ela una, formada de um elemento humano e um elemento divino. Somente a fé pode acolher este mistério” (CIC Nº 776).

       São Paulo Apóstolo afirma: “É grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e a sua Igreja” (Ef 5,32). O grande teólogo alemão Karl Rahner disse: “A Igreja Santa, de homens pecadores”. “A Igreja é no mundo presente o sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da Comunhão de Deus e dos homens” (CIC Nº 780). “A Igreja do Deus vivo: coluna e sustentáculo da verdade”. (1 Tm 3,15). São João Crisóstomo (350-407), exortava: “Não te afaste da Igreja: Nada é mais forte do que ela. Ela é a tua esperança, o teu refúgio. Ela é mais alta que o céu e mais vasta que a terra. Ela nunca envelhece”.

Os Quatros Sinais da Igreja

       Assim professamos a nossa fé santíssima no Símbolo niceno-constantinopolitano: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica”.  Esses são os sinais ou notas características essenciais da verdadeira Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Fica claro que, sem esses quatro atributos não existe a Igreja de Jesus Cristo. Cristo projetou esses quatro sinais como evidência identificáveis da sua Santa Igreja, que garantem a sua visibilidade, perpetuidade, indefectibilidade e infalibilidade no decorrer da história.

A Igreja é Una

       De acordo com a vontade de Nosso Senhor, todos os membros de sua Igreja devem ser um, isto é, unidos em professar a mesma fé, um só batismo (Ef 4, 3-6), oferecer o mesmo sacrifício, receber os mesmos sacramentos e obedecer à mesma autoridade, o Papa. Os Santos Padres da Igreja diziam: “Ubi Petrus, ibi Ecclésia; ubi Ecclésia, ibi Christus” (“Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo”). Não existe algo tão fundamental na Santa Madre Igreja do que a sua unidade.  Nosso Senhor, antes de ser imolado na dolorosa cruz do Calvário, em sua oração sacerdotal, suplicou ao Pai com todo ardor de sua alma: “Pai santo, guarda-os em teu nome que me deste para que sejam um como nós. A fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim” (Jo 17,11.21-23). São Paulo Apóstolo tinha consciência da unidade suplicada por Cristo. Seu apostolado ficou marcado pelo ensino da unidade. Escrevendo a igreja de Éfeso, ele pede: “Suportando-vos uns aos outros com amor, procurando conservar a unidade do Espírito Santo pelo vínculo da paz” (Ef 4,2-3).   A comunidade de Corinto ele vocifera: “Eu vos exorto, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: guardai a concórdia uns com os outros, de sorte que não haja divisões entre vós; sede estritamente unidos no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar” (1 Cor 1,10). Tudo indica que São Cipriano foi o maior paladino da unidade da Igreja Católica de Cristo.  Thascius Caecilius Cyprianus, foi o respeitado bispo de Cartago de 248 até o seu martírio por decapitação em 258. Em sua obra-prima de Unitate Ecclesiae, São Cipriano insiste na questão da autoridade unificadora do bispo e na unidade da Igreja.

Escreve o grande apologista da unidade:

                “Principalmente nós, que presidimos a Igreja como bispos, devemos manter e defender firmemente esta unidade, dando provas da união e indivisibilidade do episcopado... O episcopado é único e dele possui por inteiro cada bispo a sua porção. A Igreja é uma só, embora abranja uma multidão pelo contínuo aumento de sua fecundidade. Assim como há uma luz nos muitos raios de sol, uma árvore em muitos ramos, um só tronco fundamentado em raízes tenazes, muitos rios de uma única fonte, assim também esta multidão guarda a unidade de origem, se bem que pareça dividida por causa da inumerável profusão dos que nascem. A unidade da luz não comporta que se separe um raio do centro solar; um ramo quebrado da árvore não cresce, cortado da fonte o rio seca imediatamente. Do mesmo modo a Igreja do Senhor, como luz derramada estende os seus raios em todo mundo, e é uma única luz que se difunde sem perder a própria unidade. Ela desdobra os ramos por toda a terra, com grande fecundidade; estende-se ao longo dos rios, com toda liberalidade, e no entanto é uma na cabeça, uma pela origem, uma só mãe imensamente fecunda. Nascemos todos do seu ventre, somos nutridos com seu leite e animados por seu espírito”.

       A Esposa de Cristo não pode ser adulterada, ela é incorrupta e pura, não conhece mais que uma só casa, guarda com casto pudor a santidade do único tálamo. Ela nos conserva para Deus, entrega ao reino os filhos que gerou. Quem se aparta da Igreja e se junta a uma adultera, separa-se das promessas da Igreja. Quem deixa a Igreja de Cristo não alcançará os prêmios de Cristo. É um estranho, um profano, um inimigo. Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Se alguém se pôde salvar dos que ficaram fora da arca de Noé, também se salvará os que estiverem fora da Igreja. O Senhor nos admoesta e diz: “Quem não está comigo está contra mim, e quem não ajunta comigo, dispersa” (Mt 12,30). Torna-se adversário de Cristo quem rompe a paz e a concórdia de Cristo; aquele que noutra parte recolhe, fora da Igreja, dispersa a Igreja de Cristo”.

 

O Mistério Sagrado da Unidade da Igreja   A Igreja é una pela sua fonte: “Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho e Espírito Santo”. A Igreja é una pelo seu Fundador: “Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo”. A Igreja é una pela sua “alma”: “O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que ele é o principio de Unidade da Igreja”(CIC Nº 813). “Que estupendo mistério! Há um único Pai do universo, um único Logos do universo e também um único Espírito Santo, idêntico em todo lugar, há também uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada chamá-la Igreja” afirma São Clemente de Alexandria (C.155 – C.225).   “A única Igreja de Cristo, ... é aquela que nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la ... Esta Igreja, constituída e Organizada neste mundo como uma sociedade, subiste (subsistit in) na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele” (CIC Nº 816). O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concilio Vaticano II, explicita: “Pois somente através da Igreja Católica de Cristo, ‘auxílio geral de salvação’, pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens do Novo Testamento ao único Colégio Apostólico, à cuja cabeça está Pedro, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, Já pertencem ao Povo de Deus” (UR, 3).

                A Igreja é Santa

        Para entender a santidade da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos examinar a Igreja em seus dois aspectos inseparáveis: enquanto é divina, a Igreja é imaculada, indefectível, infalível, imutável, perfeita; enquanto é humana, a Igreja muda, evolui e cresce, e pode apresentar imperfeições passageiras por causa dos homens que a forma. Um sacerdote, um bispo e até um papa podem descuidar de seus deveres, mas isto não impede que a Esposa de Cristo, a Igreja, continue sempre santa, imaculada, gloriosa e irrepreensível em seu aspecto divino. A Santa Igreja de Deus foi, é e será santa sempre em razão:

 

                1) de sua alma que é o próprio Espírito Santo (Mt 3,11;28,19; At 2,4; Ef 1,13.14).

                2) de sua cabeça que é Cristo, o santo dos santos (Cl 1,18; Ap1,13-18).

                3) de seu fim que consiste na sua santificação das almas (1 Cor 1,2; Ef 1,2-4; Cl 3,12; 1 Tess 4,3; 1 Pd 1,15-16).

                4) de seus meios que são sua doutrina, sua moral, seu culto, seus sacramentos, seu sacrifício Eucarístico em que se oferece continuamente a Deus Pai “uma hóstia pura, santa imaculada (Jo 6,53-58;15,12-14)”.

                5) de muitos de seus membros que são santos: seus pobres de espírito, seus mansos, seus aflitos, seus justos, seus misericordiosos, seus apuros de coração, seus pacificadores, seus perseguidos por causa da justiça, isto é, seus inumeráveis santos e mártires (canonizados ou anônimos) de ontem e de hoje.

                A Igreja é o Corpo de Cristo e é santificado por Ele mesmo; e, por Ele e nele torna-se santificante. “O Concílio Vaticano II nos ensina que todas as obras da Igreja tendem para a “santificação dos homens em Cristo e a glorificação de Deus” (SC, 10), porque na Igreja está depositada “a plenitude dos meios da salvação” (UR, 3). É portanto na Igreja, que “adquirimos a santidade pela graça de Deus, (LG, 48)”. Nós sabemos que a Igreja é santa e perfeita, todavia, seus filhos são pecadores e imperfeitos. Os inimigos da Igreja não sabem distinguir uma da outra. Quando seus filhos erram, a Santa Madre Igreja recebe ofensas terríveis. Será que os críticos não sabem que o médico pode errar, mas não a medicina. O soldado pode ser indisciplinado, mas não todo o quartel. O parlamentar pode ser corrupto, mas não todo o Congresso. Atentemos para a magistral explicação do insigne teólogo Dom Estêvão Bettencourt, OSB: Nos últimos decênios tem sido transposto para a Igreja o título de “simultaneamente santa e pecadora”. Chegam mesmo a designá-la como “a casta meretriz”.

                No que concerne à Igreja, é necessário distinguir entre a pessoa e o pessoal da Igreja. Pessoa da Igreja é o elemento estável e santo que ela contém como Esposa de Cristo “sem mancha nem ruga” (Ef 5, 25-27). Como Corpo de Cristo, vivificado pela indefectível presença de Cristo, a Igreja conserva uma santidade imperecível. Ela é a mãe de filhos, que são o seu pessoal. Estes são pecadores, de modo que introduzem o pecado na Igreja, que os carrega procurando dar-lhes o remédio necessário. Observe-se bem que o Papa João Paulo II, ao pedir perdão, nunca o pediu para a Igreja, mas sempre para os filhos ou o pessoal da Igreja. A expressão “casta meretriz” é imprópria, porque consta de um substantivo sinistro e de um adjetivo alvissareiro; a Igreja seria substancialmente pecadora e acidentalmente ou ocasionalmente santa – o que é falso, ela é substancialmente santa e acidentalmente portadora do pecado de seus filhos. Analisando essa ambígua realidade, podia o Papa Pio XII escrever em 1943:

                “Nada se pode conceber de mais glorioso, mais nobre, mais honroso do que pertencer à Igreja Santa, Católica, Apostólica e Romana, pela qual nos tornamos membros de um Corpo tão santo, somos dirigidos por um chefe tão sublime, somos penetrados por um único Espírito Divino; enfim somos alimentados neste exílio terrestre por uma só doutrina e um só Pão celeste, até que finalmente tomemos parte na única e eterna bem aventurados celeste’ ( Pio XII – Mystici Corporis Christi nº 90 – 29/06/1943)”. (1).

O Nosso Testemunho

         Está escrito na Epístola aos Hebreus: “Portanto, também nós com tal nuvem de testemunho ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Jesus” (Hb 12,1-2).  Rejeitando rigorosamente o pecado procuremos com todos o ardor do nosso coração a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12,14). O verdadeiro testemunho do cristão é a sua santidade. Longe dos Cristãos cardos e espinhosos para não fazer sangrar o Corpo de Cristo. Não sejamos pedras de tropeços e de escândalos a ninguém. Corramos com os olhos fixos em Cristo, para que sejamos trigo e ovelhas no pasto do santo Pastor. Já exortava o bispo de Cartago, São Cipriano: “O fato de brotarem no seio da Igreja cardos e espinhos não deve abalar a nossa fé, nem arrefecer a nossa caridade, afastando-nos também da Igreja. O que devemos é esforçar-nos mais e mais para sermos trigos e para nos tornarmos mais e mais fecundos com o nosso trabalho” (Ad Cornelium, Ep. 51). Afirmação monumental do Papa João Paulo II: “A santidade na Igreja deve ser a regra, não a exceção. A Igreja é a ‘casa da santidade’ e a caridade de Cristo efundida pelo Espírito Santo, constitui a sua alma” (2). Em outra ocasião o Papa Peregrino disse esplendidamente: “A santidade é a força mais poderosa para levar o Cristo, aos corações dos homens” (LR, Nº24, 14/06/06 / 1992, p.22 [338]. “Que o digam os santos”. Estes moveram e movem multidões para o bom Deus pelo grandioso poder de sua santidade. Não temos dúvidas, que a santidade e a caridade são ferramentas colossais na obra de evangelização. “O Brasil precisa de santos, de muitos santos”, disse João Paulo II.

Ensina o Catecismo

        “ A Igreja... é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo é proclamado o ‘único Santo’, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus”. A Igreja é, portanto, “o Povo santo de Deus”, e seus membros são chamados “santos” (CIC Nº 823). A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem, como a seu fim, “à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus”. É na Igreja que está depositada “a plenitude dos meios de salvação”. É nela que “adquirimos a santidade pela graça de Deus” (CIC Nº 824).  Ensina de maneira magnífica a Doutora da Ciência do Amor, Santa Teresinha do Menino Jesus (1873 – 1897): “Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este Coração ARDIA de AMOR. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o Amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue... Compreendei que O AMOR ENCERRAVA TODAS AS VOCAÇÕES, QUE O AMOR ERA TUDO, QUE ELE ABRAÇAVA TODOS OS TEMPOS E TODOS OS LUGARES... EM UMA PALAVRA, QUE ELE É ETERNO!” (CIC Nº 826).

 

A Igreja é Católica  A palavra católica vem do grego “CATHOLIKÓN”, que significa “universal”, “geral”, “por toda parte”. A Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo é católica, isto é, universal, pois tem em seu âmago a ordem de Cristo para pregar, ensinar, batizar e fazer discípulos de todas as nações (Mt 28,19-20; Mc 16, 15-20). A Igreja é por natureza católica em sua missão de levar a Boa Nova para toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5,9;7,9-12). A catolicidade da Igreja não encontra fronteira para anunciar a salvação a toda criatura, até os confins da terra (At 1,8). Somente a Igreja Católica têm esta qualidade característica da verdadeira Igreja de Cristo. A catolicidade (universalidade) da Igreja tem várias faces:

1. Geográfica e antropológica.

É a face externa, e que significa a abertura para todos os seres humanos de todos os tempos e lugares da terra.

2. Pessoal, ontológica.

          Significa que a Igreja é a depositária de toda a Verdade revelada pela Bíblia (escrita), e pela Tradição (oral); e recebeu de Cristo a “plenitude dos meios da Salvação”, como enfatizou o decreto do Concilio vaticano II sobre o Ecumenismo (VR, 3). A catolicidade suscita duas práticas abissais: doutrina e missão. A doutrina apostólica, o depósito da fé (1Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14; 3,10). A missão da Igreja é levar a salvação e a verdade a todos os seres humanos (1 Tm 2,4-8;3,15;4,14-61;2Tm 4,1-5). Cada cristão é responsável por essa missão que é da Igreja toda (LG, Nº17; AG, Nº23). Disse o Papa Bento XVI: “Sede discípulos fiéis, para serdes missionários valentes e eficazes” (3). Ser Cristão de fato e de verdade é ser fiel à doutrina apostólica e as missões aqui e além fronteiras.  “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho” (1 Cor 9,16).  Santo Inácio, bispo de Antioquia, foi o primeiro a usar a palavra ‘católica’ na história da Igreja. A palavra foi usada em oposição às particularidades e partidarismo das seitas e heresias locais. Os sectários gnósticos e docéticos ameaçavam a paz e a unidade da Igreja Católica Apostólica de Cristo. Escreve Santo Inácio numa carta dirigida aos cristãos de Esmirna: “Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica” (Aos Esmirnenses 8,2).Afirma Santo Inácio: “A comunidade se reúne onde estiver o bispo e onde está Jesus Cristo está a Igreja católica”. No Coliseu em Roma, Santo Inácio tornou-se mártir da fé católica, no dia 20 de dezembro de 107. Escreve na Carta aos Romanos: “Trigo sou de Deus, e pelos dentes dos leões devo ser moído, a fim de ser apresentado como pão limpo a Cristo”. Não foi à toa que ele bradou: “É preciso não só levar o nome de cristão (católico), mas ser de fato”. Foi em Antioquia que os discípulos pela primeira vez, foram chamados de cristãos (At 11,26).

A Primazia da Igreja de Roma

            “A vós todos que estais em Roma, amados de Deus e chamado à santidade, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”. “Em primeiro lugar, eu dou graças ao meu Deus mediante Jesus Cristo, por todos vós, porque vossa fé é celebrada em todo o mundo” (Rm 1,7-8). Os dois grandes apóstolos de Jesus Cristo: São Pedro e São Paulo foram martirizados em Roma. São Pedro em sua primeira Carta, menciona a Igreja que está em Babilônia, isto é, Roma, como eleita (1Pd 5,14). O titulo de “eleita” designa a igreja dos eleitos, ou seja, igreja santa, Igreja do Povo de Deus (Cf. 1 Pd 2,9-10).

                Sobre a Igreja de Roma, já dizia Santo Inácio de Antioquia: “É aquela que preside a caridade”. Santo Irineu (140? - 202) é o mais famoso dos escritores cristãos de fins do segundo século. Foi bispo de Lião e morreu mártir.

                Afirmava: “Pois com essa igreja [a de Roma], em razão da sua origem mais excelente, deve necessariamente concordar cada igreja; isto é, os fiéis de toda parte”. (Contra as Heresias 3.3,2).  “Com efeito desde a descida a vós do Verbo Encarnado, todas as Igrejas Cristãs de toda parte consideraram e continuam considerando a grande igreja que está aqui [em Roma] como única base e fundamento, visto que, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do inferno nunca prevalecerão sobre ela” declarava o bispo de Turim, São Máximo (580-662). Escreve o teólogo e monge beneditino Dom Estêvão Bittencourt: “O magistério dos Papas (Bispos de Roma) foi mais e mais reconhecido, especialmente por ocasião de debates teológicos nos quais o Papa era chamado a intervir ou tomava a iniciativa de intervir, usando da sua autoridade em favor da ortodoxia. A Igreja de Roma era tida como baluarte da reta fé, que ninguém podia ignorar; é o que atesta Santo Irineu († 202):” “Com essa Igreja romana é necessário que todas as Igrejas se ponham de acordo por causa da sua eminente autoridade e porque, por ela, a tradição que vem dos Apóstolos, sempre foi conservada” (Contra as Heresias III, 24). S. Irineu professa ainda que “a verdade só pode ser encontrada na Igreja, que é sempre a mesma e que goza do carisma da verdade apoiada no testemunho dos profetas, dos Apóstolos e de todos os discípulos, pois onde está a Igreja, fonte de toda graça; em suma aí está o Espírito da Igreja, a própria verdade” (Contra as Heresias III 24). (4).

Ensina o Catecismo

          A palavra “católico” significa “universal” no sentido de “segundo a totalidade” ou “segundo a integralidade”. A Igreja é católica em duplo sentido: Ela é católica porque nela Cristo está presente. ‘Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica”. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele “a plenitude dos meios de salvação” que ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes, e o será sempre, até ao dia da Parusia. (CIC Nº 830). Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo á universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso este Povo permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra o desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma só natureza humana, e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos... Este caráter de universalidade que marca Povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito. (CIC Nº 831).

A Igreja é Apostólica

           Deus colocou para o governo da Igreja primeiramente apóstolos (1 Cor 12,28).  Para o aperfeiçoamento dos santos em vista do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até que alcancemos todos nós a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus (Ef 4,11.12). A Igreja de Cristo está fundamentada na doutrina dos apóstolos (Ef 2,20).  A Verdadeira Igreja de Cristo nasceu, cresceu e vai continuar sempre fiel a revelação doutrinária dos apóstolos (At 2,42;6,1-6;16,4; Ef 3,5; 2Pd 3,2; Ap 21,14).

                Os bispos - apóstolos de hoje - continuam a mesma missão como sucessores do Colégio Apostólico, em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro, na qualidade de chefe visível e Pastor Universal de todos rebanho Católico. Escreve Santo Irineu: “Assim, todos os que desejam a verdade podem perceber em qualquer igreja a tradição dos apóstolos manifestada no mundo inteiro”. E nós podemos enumerar os que os apóstolos instituíram como bispos nas igrejas, bem como suas sucessões até nossos dias” (Contra as Heresias III, 3,1). São Cipriano, mártir e bispo de Cartago no Norte da África, escreve sobre a comunhão com a cátedra de Pedro: “O Senhor edifica a Sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos depois de sua ressurreição... No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a Igreja de Cristo... Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja? (Sobre a Unidade da Igreja). Os Santos Padres da Igreja diziam: “Onde está Pedro está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo”.

As Sete Características Apostólicas

           No novo testamento, os doze apóstolos foram escolhidos por Nosso Senhor Jesus Cristo, para serem testemunhas de sua Ressurreição, e foram solenemente encarregados por Ele para pregarem o Santo Evangelho do Reino de Deus, fundar e administrar igrejas na face da terra. Os Santos Apóstolos receberam de Cristo o poder de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus. Os seus sucessores, os bispos, têm a mesma missão. É o que nos ensina o Concilio Vaticano II: “Juntamente com múnus (missão sagrada) de santificar, a consagração episcopal confere ainda os de ensinar e de governar...” (LG, 20). Todavia, para que isso seja verdadeiro é necessário que o bispo esteja “em comunhão hierárquica com a cabeça [o Papa] e com os membros do colégio” (LG, 20).

Vejamos as sete características apostólicas:

1) São chamados e escolhidos por Cristo para o ministério apostólico.

(Mt 4,18-22;10,1-42; Jo 15,15.16; At 1,17.25; 9,15-18).

2) São discípulos de Jesus e entendem o mistério do Reino de Deus. (Mc 4,11; Mt 11,25-27; 16,12-16; At 1,21.22). Compreendem a visão profética da Igreja (At 20,27-31;1Cor 10,32; 1 Tm 4,1.2; 1 Jo 2,18-20).

3) Tem revelação, visão e contemplação.

(Mt 16,17; 17,1-9; At 10,10.17; 23,11; Gl 1,12.16; 1 Cor 9,1; 1 Cor 12,1-4; Ap 1,1).

4) São desprovidos de bens materiais. A sua riqueza é Cristo e a sua mensagem.

(Mt 4,22; 19,21,29; Lc 14,33; At 4,36.37; 2 Cor 11,27.28; Fp 3,8; 4,12).

5) Tem a missão específica do martírio.

(Mt 5,11-20; 10,16-22.28; Jo 16,1.2; 2 Tm 4, 6-8).

6) Prega onde Jesus não é conhecido.

(2 Cor 10,16; Rm 15,20). Daí o apóstolo é um missionário, fundador de igrejas.

(Mc 16,15-20; Mt 28,19.20). É um embaixador. (Ef 6,20). Não tem Pátria. (Mt 10,23; At. 1,8). Todos os apóstolos de Cristo morreram mártires, em terras estrangeiras, exceto João.

7) São detentores de poderes miraculosos. São acompanhados de sinais, prodígios e maravilhas. (Como: cegos vêem, surdos ouvem, mudos falam, paralíticos andam, e o principal sinal: MORTOS SÃO RESSUSCITADOS).

(Mt 10,8; At 5,15; 9,40; 20,9-12;1 Cor 2,4.5; 2 Cor 12,12).

Ensina o Catecismo

A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, e isto em um tríplice sentido:

— ela foi e continua sendo construída sobre “o fundamento dos apóstolos” (Ef 2,20; At 21,14), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo;

— ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos;

— ela continua a ser ensinada, santificada a dirigida pelos apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos, “assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja”. (CIC Nº 857)

A missão dos Apóstolos

       Jesus é o Enviado do Pai. Desde o início de seu ministério “chamou a si os que quis, e dentre eles instituiu Doze para estarem com ele e para enviá-los a pregar” (Mc 3,13-14). Por isso, serão os seus “enviados” (é o que significa a palavra grega “apóstolo”). Neles continua a sua própria missão: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21). O sue ministério é, portanto, a continuação da sua própria missão: “quem vos recebe, a mim recebe”, diz ele aos Doze (Mt 10,40). Jesus associa-os à missão que recebeu do Pai: como “o Filho não pode fazer nada por si mesmo” (Jo 5,19.30), mas recebe tudo do Pai que o enviou, assim os que Jesus envia nada podem fazer sem ele, de quem recebem o mandato de missão e o poder de exercê-lo. Os Apóstolos de Cristo sabem, portanto, que são qualificados por Deus como “ministros de uma aliança nova” (2Cor 3,6), “ministros de Deus” (1Cor 4,1). (CIC Nº 858 e 859).

Os Bispos, sucessores dos Apóstolos      

          “Para que a missão a eles confiada fosse continuada após sua morte, impuseram a seus cooperadores imediatos, como que testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles recomendando-lhes que atendessem a todo rebanho no qual o Espírito Santo os colocara para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e em seguida ordenaram que, quando eles morressem, outros homens íntegros assumissem o seu ministério”. “Assim como permanece o múnus que o Senhor concedeu singularmente a Pedro, primeiro dos apóstolos, a ser transmitido aos seus sucessores, da mesma forma permanece o múnus dos Apóstolos de apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido para sempre pela sagrada ordem dos Bispos”. Eis por que a Igreja ensina que “os bispos, por instituição divina, sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja, de sorte que quem os ouve, ouve a Cristo, e quem os despreza, despreza a Cristo e aquele que Cristo enviou”. (CIC Nº 861 e 862)

O apostolado

                Toda a Igreja é apostólica na medida em que, através dos sucessores de S. Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica na medida em que é “enviada” ao mundo inteiro; todos os membros da Igreja, ainda que de formas diversas, participam deste envio. “ A vocação cristã é também por natureza vocação ao apostolado”. Denomina-se “apostolado” toda a atividade do Corpo Místico” que tende a “estender o reino de Cristo a toda a terra”. (CIC Nº 863)

Conclusão

          “Credo Unam, Sanctam, Catholicam et Apostolicam Ecclesiam” (“Eu creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”). Que maravilhosa, que felicidade, sermos católicos pela graça do bom Deus. Que firmeza e serenidade professarmos a nossa fé na (“unica Christi Ecclesia... subsistit in Ecclesia catholica, a successore Petri et Episcopis in eius communione gubernata”(“única Igreja de Cristo... subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele”) (LG, 8). Pertencemos ao “redil” de Jesus Cristo, à “vinha” do Senhor, à “Construção” e “templo” de Deus, à “Jerusalém celeste”, à “Esposa Imaculada do Cordeiro Imaculado” (Ef 5,25-27), (LG, 6). Só existe uma Igreja verdadeira, para um só Senhor, Mediador e Salvador, fora desta Igreja, a Católica, não há salvação. Esta Igreja é plenamente santa, em sua doutrina, em seus sacramentos, em sua divina liturgia e em seus filhos que se santificaram seguindo seus ensinamentos. É católica, ou seja, universal, porque nela está presente Cristo: “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica)” (Santo Inácio de Antioquia). A sua missão e pregar a Boa Nova a todos os povos, em qualquer tempo e a qualquer que seja a cultura a que pertençam. Obedecer o ide do seu Pastor para formar “um só rebanho” (Mt 28,19; Jo 10,16). É apostólica porque foi constituída sobre os fundamentos dos santos Apóstolos e seus sucessores (Ef 2,20;3,5). Esta Igreja é, sobretudo, una com a tríplice unidade de Fé, de culto e de governo. Esta tríplice unidade foi providenciada por Cristo, pela instituição do Primado de Pedro e de seu sucessor, o Santo Padre, o Papa, constituído por ele “princípio perpétuo e o fundamento visível desta unidade na Fé e na Caridade” (Pastor Aeternus” DS, 3051 e LG, 18). O ínclito ‘Doutor da Graça’ Santo Agostinho, bispo de Hipona, no Norte da África afirmou magistralmente: “Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristão, mas o próprio Cristo. Compreendeis irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como Cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a cabeça e os membros; que significa isto: a cabeça e os membros? Cristo e a Igreja” (CIC Nº 795). “Aquele que abandona a Igreja, não espere que Jesus Cristo o recompense, é um estranho, um profano, um inimigo. Não terá Deus por Pai, quem não tiver a Igreja por Mãe” disse São Cipriano. “Quem não ama a Igreja não ama Jesus Cristo” disse o Papa Paulo VI. Numa expressão sublime de amor a Igreja de Cristo, o Cardeal Henri de Lubac afirmou: “A Igreja é a minha Mãe”. Nela eu nasci pelo Batismo, nela eu recebo o Corpo do Senhor, nela eu sou lavado no Sangue pela confissão, nela somos casados, nela recebemos todos as graças... nela viveremos a eternidade”.  Amamos sim, com amor abissal a Santa Igreja Católica e com ela caminhamos na estrada vida e da libertação para melhor conhecê–la, servi-la e honrá-la como obediente filho.

 

Pe. Inácio José do Vale

E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

 







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