Cidadãos do Infinito




Doutrina Católica
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25/08/2012
O USO DAS INDULGÊNCIAS
Os pecados de cada um causam dano a toda comunidade


----- Pequei muitas vezes e recebi - nestes meus 80 anos de vida - muitíssimas vezes o consolador sacramento da confissão. Todavia, nestes 80 anos, NENHUM sacerdote me advertiu: "está perdoado, porém resta UMA DÍVIDA para pagar". Parece que todos esses sacerdotes ignoram totalmente a  DOUTRINA DAS INDULGÊNCIAS que se baseia justamente nessa DÍVIDA inevitável, conseqüência dos nossos pecados e que PERDURA após a absolvição sacramental. Daí a necessidade da REPARAÇÃO.

Reparação que, normalmente, está acima de nossas forças, explica Bento XVI, o que pode ser remediado através das Santas indulgências, que a Santa Madre Igreja instituiu exatamente a esse propósito.

 

Eis as palavras de Bento XVI sobre a necessidade de reparar e da nossa incapacidade de o fazer a contento, incapacidade admiravelmente suprida pelas indulgências:

 

“O uso das indulgências ajuda-nos a compreender que não somos capazes, só com as nossas forças, de reparar o mal cometido e que os pecados de cada um causam dano a toda a comunidade;" ( “Sacramentum Caritatis”21)

 

Os pecados de cada um causam dano a toda comunidade  é um resumo dos inumeráveis malefícios do pecado (sanados com  a nossa reparação + as indulgências) Eis uma relação incompleta que encontramos em outros documentos do Magistério:

1.“A enfermidade não é mais do que uma conseqüência do pecado”. (Catecismo da Igreja Católica n°1505).E mais:

 

O pecado:

1.   Faz sofrer à Santíssima Trindade Fere o Coração de Jesus (“ferido por nossos pecados” diz a Liturgia, na Festa do Coração de Jesus).

2.   Crava espinhos no Coração Imaculado de Maria

3.   Machuca os Anjos e os Santos 

4.   Faz sofrer (ainda mais do que já sofrem) às Almas do Purgatório.

5.   Volta-se contra o próprio homem que o comete

6.   Destrói bens imensos do pecador

7.   Destrói bens imensos da comunidade humana

8.   Acarreta uma perturbação da ordem universal       

9.   Acarreta desgraçadas conseqüências

10. Provoca doenças

11. E toda sorte de calamidades

12. É força obscura e potente de destruição.

Eis, em resumo, a citação do Magistério: “Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal quer a comunidade humana”. (Paulo VI, “Indulgentiraum doctrina” 2). “E a existência bem como a gravidade dessas penas (com que é punido o pecado)  fazem reconhecer a insanidade e a malícia do pecado, e também as desgraçadas conseqüências que acarreta” (“Indulgentiarum doctrina” 3). Tudo isso é  chamado, resumidamente, por João Paulo II, de os resquícios, as marcas, as consequências do pecado::

A confissão, afirma João Paulo II, a ser proposta aos fiéis cotidianamente (“Novo Millennio Ineunte” 37) nos santifica parcialmente – quanto à culpa e não quanto à pena – deixando "em aberto" os resquícios, as marcas," as conseqüências do pecado, das quais é necessário purificar-se. É precisamente neste âmbito que ganha relevo a indulgência, através do qual se manifesta o DOM TOTAL da misericórdia de Deus."(João Paulo II, "Incarnationis Mysterium" 10). 

É, portanto, necessário purificar-se não só do pecado (cujo perdão já foi obtido na confisão) mas também de suas consequências, pelas indulgências, o que nos santifica mais ainda do que a confissão somente.

COMO ENTENDER QUE A MAIORIA OU QUASE TOTALIDADE DOS SACERDOTES, INCLUSIVE MUITOS DELES FERVOROSOS E SÁBIOS E BEM FORMADOS, IGNOREM A "DOUTRINA DAS INDULGÊNCIAS"?

No ano de 1967 o Papa Paulo VI publicou a sua Carta Apostólica sobre as Indulgências, a "INDULGENTIARUM DOCTRINA" (no anexo) ordenando a revisão do livro oficial da Igreja, o MANUAL DAS INDULGÊNCIAS. Apenas um ano depois o Manual contendo também a Indulgentiarum Doctrina estava traduzido para o Português em Portugal e lá publicado enquanto que, no Brasil isso levou mais de 20 anos.

Desaparecendo, por mais de 20 anos, no Brasil, o Manual das Indulgências, desaparecendo essa referência importantíssima, as indulgências foram pouco a pouco sendo esquecidas e ignorada a importantíssima DOUTRINA DAS INDULGÊNCIAS.

 

Atualmente já temos nas livrarias católicas, traduzido pela CNBB e publicado pela PAULUS o livro oficial da Igreja, o importantíssimo Manual das Indulgências. (seu custo está em torno de 15 reais) Só que foi publicado com o título: INDULGÊNCIAS,ORIENTAÇÕES LITURGICO-PASTORAIS. No Manual se encontra a extensa relação de todas as indulgências em vigor, as plenárias e as parciais. Entre as plenárias o Manual acentua 4 que podem ser lucradas DIARIAMENTE: O terço do Rosário, a Via Sacra, meia hora de adoração ao Santíssimo e meia hora de leitura bíblica meditada.O terço tem que ser na igreja ou rezado por mais de uma pessoa. Tem que ser uma das 4 obras à escolha do fiel porque a legislação atual não permite mais de uma indulgência plenária por dia.

CONDIÇÕES PARA SE LUCRAR UMA INDULGÊNCIA PLENÁRIA: 1) intenção de lucrar as indulgências 2) Estado de graça 3)Confissão sacramental mesmo que se esteja em estado de graça. A confissão pode ser feita desde 20 dias antes até 20 dias depois do dia em que se quer lucrar a Indulgência. 4.Comunhão Eucarística e rezar pelo Santo Padre no mesmo dia da Indulgência. A oração pelo Papa escolhida pelo fiel, mas sugere-se um Pai Nosso e uma Ave-Maria. 5 Praticar, é claro, a obra indulgenciada. 6 Desapego TOTAL ao pecado mesmo venial. Se o desapego não for total a indulgência plenária se torna indulgência parcial, mas esta ´também é benéfica. E se o desapego for quase total, uma indulgência parcial poderia valer, por exemplo, 90% da plenária...

 

INDULGENCIAS PARCIAIS: (precisa somente a intenção, o coração contrito e praticar a obra ou oração indulgenciada) Eis algumas parciais: 1) Qualquer oração a Nossa Senhora aprovada pela Igreja. 2 Idem a S. José. 3) Idem ao Anjo da Guarda 4) Oferecimento a Deus da ação que se está praticando. Resulta que não há um momento do dia em que não se possa ganhar uma indulgência parcial.

Atenção: Atualmente TODAS as indulgências podem ser aplicadas pelas almas do Purgatório. Basta fazer a intenção.

 

FINALIZANDO:

 

"Exorto vivamente os sacerdotes a educarem os fiéis, com apropriada e aprofundada catequese, a fim de que se valham do grande bem das indulgências, segundo a mente e o espírito da Igreja. Em especial os sacerdotes confessores poderiam de modo muito útil indicar aos seus penitentes como penitência sacramental práticas indulgenciadas, salvaguardando sempre os critérios de justa proporção com as culpas confessadas." (João Paulo II, ao Penitenciário-Mor em 1 de abril de 2000)

 

As indulgências nos levam a uma união de mais estreito amor com o corpo da Igreja e com sua cabeça, Cristo,  eosdem adducunt ut artius Christo capiti et Ecclesiae corpori per caritatem coniungantur.” (“Enchiridion Indulgentiarum” Aliae concessiones, proemium)

 

A salutar instituição das indulgências contribui... para que a Igreja se apresente a Cristo sem mancha nem ruga, mas santa e imaculada, admiravelmente unida em Cristo pelo elo da caridade sobrenatural “Institutio itaque salutaris indulgentiarum suo modo confert, ut Christo exhibeatur Ecclesia non habens maculam aut rugam, sed sancta et immaculata, (Eph 5,27) supernaturali caritatis vinculo in Christo mirabiliter coniuncta.” (Paulo VI, “Indulgentiarum doctrina” 10)

 

 

INDULGÊNCIA:  PURIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO RÁPIDA

 

         “Quanto deves ao meu Senhor?” - “Cem medidas de azeite”- “Toma a tua conta, senta-te DEPRESSA e escreve cinqüenta.” (Lc 16,6). “(indulgência parcial) Quanto deves ao meu Senhor? - um bilhão de dólares - Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve ZERO! (indulgência plenária)

 

...pecadores arrependidos sejam  MAIS  DEPRESSA conduzidos a PLENAMENTE gozar dos bens da família de Deus” (p. 90, linha 15); “membros da Igreja Padecente MAIS RAPIDAMENTE agregados à Igreja Triunfante...” (p. 99 cit.); “... por essas mesmas indulgências o Reino de Cristo se instaura MUITO MAIS RAPIDAMENTE...” (idem, p. 99 em baixo). (as páginas são da terceira edição do Manual) - tem mais no livro que escrevi, Hugo

 

 

Hugo Ferreira Pinto: hugoap@terra.com.br

 

 

 




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