Sabemos que no Fim dos Tempos os espíritos entrarão abertos e incontidamente na luta a favor ou contra Deus. Será essa a fase final da derrota dos anjos infiéis, e com isso, igualmente da queda dos homens; será a mais gigantesca e dinâmica fase da luta entre o bem e o mal com todas as suas conseqüências. Sem combate não há vitória.

Na verdade, o combate começou logo entre os primeiros que Deus criou. Propagou-se, desde então à criação inteira, através de todos os tempos e por toda a parte. Já, quando São Miguel, o humilde Arcanjo, precipitou no abismo o portador da luz, lúcifer, com todos os seus sequazes, quis Deus vencer o forte pelo fraco. Este desígnio de Deus, espetáculo para toda a criação, encontra o seu ponto culminante em Nosso Senhor na Cruz e em Sua Mãe. Vencer o forte pelo que é fraco é uma loucura para o mundo, mas, para nós, a sabedoria mais elevada e a consciência bem-aventurada, pelo que também nós, pobres e fracos, podemos e somos convidados por Jesus, Maria e os Santos Anjos à combater na luta pelo Reino de Deus. 

Cada época nos demonstra mais claramente através dos sinais; das guerras cruéis com métodos sempre mais terríveis; dos brados de perseguição aos cristãos que, aqui e acolá, chamejam já impetuosamente; que nos aproximamos, cada vez mais, do Tempo Final e dos seus horrores. E a humanidade se atemoriza, pois já não é uma mera fantasia ou histeria, a destruição total de que a terra está ameaçada.

Nestes últimos tempos, trava-se uma luta furiosa, entre o Céu e a terra, entre os Espíritos Celestes e os demônios, entre Maria e o dragão.

Junto ao sinal da Mulher vestida de Sol, MARIA, aparece também o sinal do dragão vermelho, da serpente antiga, satanás, que agora se manifesta em toda sua extraordinária potência. 

Encontramo-nos na escuridão de um tempo que está a abandonar e a perder a Deus. Anoitece, não devemos ignorar a escuridão que de todos os lados vêm chegando: no materialismo e na ânsia pelo dinheiro (do oeste), na dúvida e no obscurecimento do espírito pelo orgulho (do norte), na semeadura venenosa do ateísmo na imprensa, no rádio, no filme e no esporte, na diplomacia e na arte (do sul), na perseguição nua e crua dos cristãos (do leste). 

O Dragão cada vez mais leva a humanidade a construir uma civilização sem Deus. Na verdade ela já voltou a ser pagã e vive sob o potente influxo do Maligno. Com a contribuição das filosofias, através das ideologias, todas as emanações; todo o espaço e todas as derivações da cultura: arte, literatura, economia, política, instrução, informação, meios de comunicação, mídias... Fez nascer uma civilização completa e universalmente atéia e materialista, onde são propostos novos valores, baseados na satisfação de todas as paixões, na busca de todos os prazeres, do bem-estar material, na legitimação de todas as desordens morais... E assim os espíritos das trevas vão difundindo suas falsas ideologias, as seitas, o mal e o pecado, a violência e o ódio, o erro e a falsidade, os vícios; espalhando por toda a parte, um relaxamento universal por tudo que seja Serviço de Deus.

Vemos que muitas pessoas mesmo entre os que acreditam em Deus não reconhecem mais os direitos do PAI. Transformaram os domingos e Festas de Guarda em verdadeiros dias de divertimentos, entretenimentos, esportes e prazeres.  Os homens vão levando a vida sem tempo para com as Coisas de Deus... e... peca aqui, peca ali...aos poucos vão se afastando de Deus... e muitas vezes...para sempre!

A Lei do Senhor foi subvertida. Os dez mandamentos são contínua e publicamente violados, pisados pelos homens.

A Palavra de Deus é abandonada, os homens já não querem mais escutar a Santa Doutrina, preferem ir ao sabor de sua vontade. Há homens que acreditam serem capazes de penetrar nos mistérios do Reino de Deus por meio de astrologia e magia, por ocultismo e espiritismo; pobres almas estas que andam por caminhos errados; procuram muitos novos mestres, que na verdade não passam de falsos profetas, e assim o demônio vai se apossando das almas que abandonam o caminho da verdadeira Igreja; tornando-as aliadas a satanás. E as almas vão se deixando possuir pelos espíritos do mal.

Satanás vagueia furioso pelo mundo, transtornando as almas e fazendo-as presas sua todos aqueles que não amam Jesus, também padres e religiosas que não obedecem A Jesus. A verdadeira Igreja também foi invadida pelo vento impetuoso dos erros, das divisões, da incredulidade e da apostasia. E, satanás, caminha triunfante no meio de suas alas... Enquanto uma mão diabólica ameaça a humanidade inteira.

Com isto lúcifer, a serpente antiga, satanás renova a Deus o seu desafio orgulhoso levando a humanidade a repetir o seu gesto de rebelião ao Senhor: “-não servi-Lo-ei!”.

Este adversário infernal ao tentar o homem, de modo algum quer mimoseá-lo ou torná-lo feliz e satisfeito, seu fim único é entregar o homem mais seguramente à perdição eterna. Uma das suas imposturas é fazer de Nosso Senhor e Deus algo indiferente, irreal ou sentimental. Faz do Pai Celeste um bom avô, que aceita tudo, e que não intervêm mais na vida dos jovens e de ninguém. Nosso Senhor passa a ser o “querido Menininho Jesus”, “o Deusinho”, ficando agradecido por cada palavra amável nossa, ao que tudo é certo, precisando sempre defender-se contra nossas censuras. Quanto ao Espírito Santo, ele O faz ser rejeitado, porque não pode ser visto e sentido, apalpado e compreendido. E, assim a humanidade escorrega de mansinho para dentro da falta de respeito, até o liberalismo e enfim ao ateísmo.

E o ateísmo prático destruiu em muitos a sede de Deus, impiamente, levou a subtrair o culto devido a Ele, para dá-lo às criaturas, até mesmo a satanás, e a viver como se Deus não existisse: “-não creiam, nada existe, não há Deus!”.

E o mundo perverso se assemelha a um dragão que persegue os crentes que se recusam as suas idolatrias.  

Fazemos parte de uma civilização atéia, o homem de hoje está praticamente dominado pelo ateísmo militante do marxismo ou do ateísmo teórico, prático e o mais grave e insidioso: o do laicismo, que levou a humanidade seduzida por este erro, a construir em lugar de Deus os ídolos que todos adoram: o prazer, o dinheiro, o divertimento, o poder, o orgulho, a impureza, o reconhecimento... E a verdadeira e sobrenatural Prudência nos ensina discernir os valores que nos levam para o fim eterno dos falsos que não levam. O que falar dos valores terrenos que se apresentam diante de nós muitas vezes e são usados excessivamente; coisas que se mostram com valores deslumbrantes, mas não passam de obras sem importância. JESUS as chama de “flor exuberante do maligno”.

E o que falar dos pecados cometidos? Na verdade cada pecado é por fim idolatria: “Isto tudo quero te dar se prostrares diante de mim e me adorares”. E o oposto disto é a advertência severa de Nosso Senhor à Seus discípulos: “o que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma!”.

Mesmo quando procuramos nossa alegria e satisfação no que nos é permitido, a verdadeira prudência não se deixa enganar. Mas nos faz ter a justa medida em todas as coisas. O que falar das almas que colocam a si mesmos sacrifícios inauditos em força, tempo e dinheiro, só para alcançar um fim mundial: por exemplo, no esporte, na arte, na ciência - talvez só por causa de um reconhecimento no papel, nos meios de comunicação ou mesmo pela coroa seca de loureiro, MAS não se preocupam com as coisas muito mais importantes.

Jesus poderia erguer uma queixa tremenda, pois desde séculos Ele bebe do cálice das dores. E o homem criado segundo a Sua Imagem não escuta os gemidos do Amor Martirizado. Quão grande é a insensatez da natureza humana que recusa o presente de Deus com arrogância, e mesmo com os anos eles não se tornam mais sábios.

A insistência constante do Amor de Deus é para muitos causa de escárnio e de desprezo.

Na verdade a carne do homem pertence ao mundo sibarítico e o homem não conhece Jesus. E estes homens vão perecer com este mundo que criaram para si mesmos, mundo exigente e terrível. Homens que não se abrem para a verdade. Homens que colocaram sua esperança no bezerro de ouro e o carregam com honras, honras que consistem em vícios e comprometimentos.